Sobe para cinco o número de mortos provocados pela invasão violenta do Capitólio de manifestantes pró-Trump na quarta-feira, em Washington. A polícia confirmou a morte de um dos seus agentes.
“O agente Brian D. Sicknick estava a responder aos tumultos e ficou ferido quando se envolveu fisicamente com os manifestantes”, avançou comunicado oficial.
O departamento de homicídios da polícia metropolitana norte-americana vai investigar a morte do agente, avança a Reuters.
As restantes vítimas mortais são manifestantes que participaram nos protestos. Uma mulher foi baleada mortalmente pela polícia, no interior do Capitólio. Trata-se de Ashli Babbitt e é veterana de guerra, tendo servido na Força Aérea, incluindo no Iraque.
O agente que disparou foi suspenso enquanto o incidente é investigado.
O chefe da polícia do Capitólio, Steven Sund, anunciou, na quinta-feira à noite, que se vai demitir do cargo, após uma onda de críticas na sequência de uma aparente falta de segurança e preparação para lidar com os motins. A demissão entra em vigor a 16 de janeiro.
Num comunicado divulgado antes de se saber da demissão do chefe, a polícia do Capitólio detalhou as ações violentas dos manifestantes contra os agentes de segurança, que foram "ativamente atacados" com canos de metal e outras armas. "Eles estavam determinados em entrar no Capitólio e causar estragos".
Já é considerado um dos dias mais cinzentos na história da democracia norte-americana. Um grupo de manifestantes pró-Trump invadiu o Capitólio, em Washington D.C., para tentar travar a certificação da eleição de Joe Biden como o novo Presidente do país.
Seguiram-se quatro horas de cerco ao edifício, com vidros partidos, gabinetes vandalizados e confrontos com a polícia.
Na quinta-feira, o Presidente cessante dos Estados Unidos da América, Donald Trump, reconheceu a derrota nas eleições de novembro, apontando que “a nova administração tomará posse” no dia 20 e criticou ainda os manifestantes que invadiram o Capitólio.
Num vídeo divulgado pela sua conta pessoal na plataforma Twitter, Trump dirigiu-se aos americanos num tom apaziguador, afirmando que, após a certificação dos resultados pelo Congresso, que confirmaram a vitória do candidato democrata, Joe Biden, “a nova administração tomará posse em 20 de janeiro” e que o seu foco e agora “assegurar uma transição sem problemas”.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, anunciou na quinta-feira que não vai recorrer à 25.ª Emenda para afastar Donald Trump da presidência.
De acordo com o jornal New York Times, que cita fonte próxima de Pence, trata-se de uma posição que ainda não é oficial e que surge depois da presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, ter pedido a Mike Pence que acionasse a emenda na sequência dos tumultos vividos no Capitólio.
Também do lado do Partido Republicano, o senador Chuck Schumer pediu que seja acionado um processo de destituição para retirar Trump da presidência, ainda antes da tomada de posse de Joe Biden, marcada para dia 20 de janeiro.
Ainda na quinta-feira, Trump admitiu perdoar-se preventivamente para evitar futuras investigações quando abandonar o cargo.
De acordo com o New York Times, o assunto foi abordado pelo próprio Donald Trump com alguns assessores.
O jornal cita duas fontes anónimas com conhecimento das conversas, assinalando que Trump mencionou o assunto por várias vezes depois da sua derrota eleitoral, perguntando os efeitos jurídicos e políticos de tal medida.