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Portugal assiste a um “interregno temporário” do crescimento económico, mas a crise provocada pela Covid-19 não pode abalar a estabilidade social e institucional, defende o ministro das Finanças, Mário Centeno.
“Assistimos, infelizmente, a um interregno temporário do processo do processo de crescimento económico. Não devemos, não podemos permitir que este interregno afete o funcionamento das instituições. A estabilidade económica e financeira e bancária de longo prazo. Nem muito menos a estabilidade social e institucional”, declarou Mário Centeno, no Parlamento, durante a apresentação do Plano de Estabilidade enviado a Bruxelas.
Numa altura em que está envolvido em polémica devido à transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco, o ministro das Finanças garante que “voltaremos em conjunto a conquistar o futuro”, com “verdade e responsabilidade de apresentar todas as consequências das propostas que fazemos”.
Mário Centeno recordou a trajetória portuguesa nos últimos anos, com crescimento da economia, descida do desemprego e o excedente orçamental em democracia.
Um registo que foi interrompido, abruptamente, pela pandemia de Covid-19, que afeta toda a economia e empurra o mundo para uma das piores recessões das últimas décadas.
“O combate à Covid-19 está a ter impacto massivo na economia, mercado de trabalho e contas públicas. Sabemos que este impacto é massivo e não tem origem na economia nem no sistema financeiro. Hoje estamos mais robustos e preparados, mas desconhecemos a sua intensidade e extensão no tempo”, alerta o ministro das Finanças.
Para o governante, este “é um dos momentos mais críticos para a sociedade portuguesa nas últimas décadas”.
Centeno sublinha que o Programa de Estabilidade deste ano “não pretende responder a desequilíbrios macroeconómicos ou a défices excessivos”, porque o momento é distinto.
A avaliação do impacto do confinamento apenas se poderá concretizar mais tarde e o retorno a uma trajetória de crescimento económico “só será possível quando a crise sanitária estiver debelada”, afirmou.
As medidas de confinamento têm um impacto estimado de 6,5 pontos percentuais do PIB, em média, a cada 30 dias úteis.
AS medidas de apoio a trabalhadores e empresas no âmbito da Covid-19 estão orçadas em dois mil milhões de euros por mês, 1% do PIB de 2019, sublinhou.
“Acrescem medidas discricionárias com impacto financeiro, mas sem impacto orçamental de mais de 25,1 mil milhões de euros, 12,5% do PIB, incluindo o apoio a liquidez de empresas, incentivos ou moratórias de créditos e rendas”, referiu Centeno.