O Papa Francisco recebeu esta quinta-feira, em Roma, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin. Os dois estiveram reunidos à porta fechada quase uma hora e conversaram sobre assuntos internacionais, incluindo a situação na Síria e na Ucrânia.
Putin entrou para o gabinete para o encontro privado às 13h17 os dois só emergiram 55 minutos mais tarde. É muito raro estes encontros durarem tanto tempo.
No final Putin e o Papa ainda conversaram um pouco no exterior do gabinete do Papa, e ofereceram presentes um ao outro, mas depois Putin saiu sem que fossem prestadas declarações aos jornalistas.
Num comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé pode ler-se que os dois conversaram sobre assuntos internacionais, nomeadamente a Síria, Ucrânia e Venezuela. Falou-se ainda sobre o fortalecimento de protocolos entre hospitais pediátricos do Vaticano e na Rússia, antes de "virarem a sua atenção para várias questões de relevância para da vida da Igreja Católica na Rússia".
Antes de abandonar o edifício, Putin encontrou-se ainda durante cerca de 20 minutos com o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Parolin.
As relações entre o Vaticano e a Rússia são complexas, marcadas por causas comuns mas também por alguma desconfiança no plano eclesial, sobretudo da parte russa.
Desde o Pontificado de João Paulo II que os papas sonham visitar a Rússia, mas essa intenção tem sido sempre travada pela muito influente Igreja Ortodoxa da Rússia. Em 2016 houve uma importante aproximação, com um encontro entre Francisco e o patriarca Cirilo, de Moscovo, em Cuba.
Em comum, tanto as duas igrejas como o próprio Vladimir Putin têm a defesa dos interesses dos cristãos perseguidos, sobretudo no Médio Oriente, onde a Rússia se tem estabelecido como defensora destas comunidades, sobretudo na Síria. Já a situação na Ucrânia é um obstáculo nestas relações.
[Notícia atualizada às 17h05]