O Governo defendeu que a segurança rodoviária “é e deve continuar a ser” assumida como um "desígnio nacional", associando-se à celebração do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, que se assinala este domingo.
A iniciativa criada pela Federação Europeia de Vítimas da Estrada e posteriormente oficializada como Dia Mundial pelas Nações Unidas, realiza-se todos os anos no terceiro domingo de novembro e tem como objetivo “lembrar as pessoas que perderam a vida ou a sua saúde nas estradas, assim como prevenir a ocorrência de mais acidentes”, lê-se num comunicado do Ministério da Administração Interna (MAI).
“Ainda que o número de vítimas das estradas tenha diminuído de forma significativa nos últimos anos em Portugal, não nos podemos conformar”, adianta.
Nesse sentido, a segurança rodoviária “é e deve continuar a ser assumida como uma prioridade e como um desígnio nacional”, lembra.
O comunicado refere ainda que os acidentes de trânsito são “eventos repentinos e violentos”, com “consequências trágicas, duradouras” e com “elevados custos familiares, sociais e económicos.
Por isso, esta data deve ser vista também como uma “oportunidade para refletir sobre o que fazer para salvar vidas e para nos fazer, a todos nós, enquanto cidadãos, adotar comportamentos responsáveis”, contribuindo assim para a "promoção da segurança rodoviária" e para a "diminuição da sinistralidade nas estradas", lê-se na nota distribuída.
A secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, associa-se à celebração do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, acrescenta ainda o comunicado do MAI.
Vigílias, marcha lenta e petição evocam a memória das vítimas da estrada
Diversas associações assinalam este domingo o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada com uma marcha lenta em Évora, uma vigília frente ao parlamento em Lisboa e o lançamento de uma petição pela redução da velocidade nas cidades.
Organizados pela Liga das Associações Estrada Viva e pela Associação Gare, os eventos evocativos da memória das vítimas da sinistralidade rodoviária decorrem sobretudo na cidade de Évora, onde pelas 09h30 se realizou uma missa na Sé Catedral, presidida pelo arcebispo de Évora, seguindo-se pelas 10h30 uma concentração na Praça do Giraldo e, pelas 11h00, o arranque de uma marcha lenta até ao Jardim da Memória, onde decorre uma sessão solene e se encerram as cerimónias.
Para este domingo estão também previstas vigílias em Lisboa, pelas 17h00, frente à Assembleia da República, e no Porto, pelas 14h30, na Avenida do Marquês.
A data fica também marcada pelo lançamento oficial da petição “Cidades Seguras para Todos”, que pede a redução da velocidade máxima nos centros urbanos para 30 km/hora, ao contrário dos atuais 50 km/hora.
“A evocação pública da memória daqueles que perderam a vida e a saúde nas estradas e ruas portuguesas significa um reconhecimento, por parte do Estado e da sociedade, da trágica dimensão da sinistralidade, e ajuda os sobreviventes a conviver com o trauma de memórias dolorosas resultantes de desastres rodoviários. Presta também homenagem às equipas de emergência, à polícia, aos profissionais médicos e outros que diariamente lidam com as consequências traumáticas da sinistralidade”, lê-se num comunicado dos organizadores, Organizados pela Liga das Associações Estrada Viva e pela Associação Gare.
Segundo o relatório de sinistralidade rodoviária publicado em agosto pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), entre janeiro e agosto, registaram-se 17.668 acidentes com vítimas no continente, dos quais resultaram 242 vítimas mortais, 1.261 feridos graves e 20.630 feridos leves.
A ANSR avança que as vítimas mortais diminuíram 5,5% (menos 14) em relação ao período homólogo de 2020, mas os acidentes com vítimas aumentaram 3,7% (mais 629), os feridos graves subiram 4,6% (mais 55) e os feridos ligeiros subiram 4% (mais 784).