O primeiro-ministro esclareceu esta quinta-feira que as casas subarrendadas pelo Governo aos senhorios vão ser depois sorteadas para os inquilinos, "por uma questão de Justiça".
Em entrevista à TVI, António Costa refere que o Estado pagará a renda ao senhorio e depois fará um concurso para subarrendar as propriedades.
"Há muitas casas, mais de 700 mil, que estão desocupadas. Desse universo, há casas de diferentes tipologias e situações. Muitas vezes os senhorios não têm confiança no mercado para colocarem as casas no mercado. É importante dar uso a estas casas", defende.
O líder do Governo explicou também que os programas de arrendamento acessível serão destinados aos jovens e às famílias da classe média.
Em paralelo, haverá um programa à parte, que prevê a construção de 26 mil casas, até ao final de 2026, destinadas a famílias mais carenciadas.
"Este pacote estará um mês em debate público. É importante que as pessoas façam as sugestões", indicou.
"Os apoios não têm só a ver com salários. Hoje apresentamos este pacote de habitação. O rendimento das famílias tem a ver com o que as famílias recebem e pagam, se conseguirmos ter em vigor este mecanismo de apoio a renda de 200 euros é um reforço muito significativo de apoio mensal às famílias, é uma medida muito poderosa", apontou, ainda.
O primeiro-ministro defendeu também o subarrendamento, considerando que não é uma medida inconstitucional. Para o chefe do Executivo, "essa obrigação já existia" e o Estado vai tomar posse administrativa, mas continuando a pagar a renda ao senhorio.
Questionado se as medidas não são tomadas demasiado tarde, António Costa argumentou que o "problema agravou-se rapidamente", em particular nos últimos dois anos.