O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, vai deslocar-se esta semana à Venezuela para contactar com as autoridades locais a propósito da instabilidade social que se vive no país.
“Esta semana mesmo, que agora se inicia, o senhor secretário de Estado das Comunidades e o senhor secretário regional do Governo Regional da Madeira com a responsabilidade de ligação com as comunidades madeirenses no estrangeiro [Sérgio Marques] farão uma deslocação conjunta à Venezuela e terão nova oportunidade para falar com as autoridades venezuelanas”, anunciou Augusto Santos Silva este domingo.
À margem do Horasis Global Meeting, a decorrer em Cascais, o chefe da diplomacia portuguesa disse aos jornalistas que “é muito importante manter um canal estreito de comunicação e colaboração com as autoridades venezuelanas, no sentido de que a segurança e o bem-estar da comunidade portuguesa e luso-venezuelana seja o mais possível preservado”.
A Venezuela vive uma onda de manifestações e protestos contra o Presidente, Nicolas Maduro. Desde o início de Abril, já morreram mais de 50 pessoas e centenas foram detidas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros garante que Portugal continua a acompanhar a situação da comunidade portuguesa naquele país e adianta que os dois governantes vão falar com as autoridades de Caracas, mas também de Valência.
O mundo precisa da Europa
Na mesma declaração aos jornalistas, Augusto Santos Silva comentou a reunião do G7 (os sete mais ricos do mundo), que decorreu no sábado em Itália, defendendo a importância de a Europa tomar a liderança das agendas.
“A reunião do G7 provou, mais uma vez, que o desenvolvimento de agendas importantíssimas para o mundo, como a do clima ou a do desenvolvimento, exige uma maior liderança da parte da Europa”, começou por dizer.
“É a Europa que consegue fazer hoje as pontes – com o Japão, com a China, com a América Latina – que aparentemente os Estados Unidos estarão em piores condições para o fazer”, sustentou.
Na opinião do ministro dos Negócios Estrangeiros, o Brexit e a actual administração norte-americana são uma oportunidade para a Europa fortalecer a sua coesão e liderança internacional.