Os problemas nos comboios continuam com muitos atrasos, supressões e carruagens cada vez mais cheias. E na Grande Lisboa há novidades anunciadas, tanto na CP como na Fertagus, que prometem agravar este panorama.
A CP vai reduzir o número de comboios na Linha de Sintra durante as férias escolares. A medida vigora de 23 de junho a 7 de setembro.
Sintra perde, assim, mais dois comboios na hora de ponta. A medida temporária, segundo o “Jornal de Notícias”, é justificada com a menor procura durante as "férias grandes".
“A gota de água”
O presidente da Câmara de Sintra desvaloriza a nova redução de comboios a partir do dia 23 de junho, nas horas de ponta.
“É numa pequena parte da Linha de Sintra: na linha que vai de Lisboa/Rossio a Mira-Sintra/Meleças, que não é tão frequentada como o resto da Linha de Sintra”, indica Basílio Horta à Renascença.
“De qualquer maneira, é uma redução. Haverá viagens cada meia-hora e não cada 20 minutos, é isto que está em causa. Mas isto é uma gota de água num copo já cheio”, sublinha.
Basílio Horta não tem dúvidas: “o grande problema da Linha de Sintra são os mais de 175 comboios suprimidos em maio. Esse é que é o grande problema”.
Além da redução de comboios, a CP vai reduzir o atendimento em várias bilheteiras das Linhas de Sintra e Azambuja já a partir de dia 16 de junho.
O Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante (SFRCI) diz que a empresa sofre “por falta de trabalhadores", uma situação que "prejudica financeiramente a CP", visto que o encerramento ou redução de serviços nas bilheteiras irão "potenciar as reclamações dos utentes", bem como a "falta de cobrança e fraude".
A Fertagus começou a retirar bancos das carruagens para permitir que mais passageiros possam caber nos comboios… ainda que de pé.
Num comunicado online, a empresa revela que o novo tarifário dos passes tem tido um” impacto significativo” na procura dos serviços. Para fazer face a esta situação, “iniciou a circulação de uma UQE (Unidade Quádrupla Elétrica) com um layout interno reformulado, com o objetivo de melhorar a circulação e a distribuição no interior dos comboios, de forma a facilitar as entradas e as saídas dos passageiros e melhorar o conforto na sua utilização”.
De acordo com a informação, serão disponibilizados menos 112 lugares sentados, mas mais 160 lugares em pé, o que se traduzirá num ganho de 48 lugares.
A empresa garante que este novo desenho “cumpre todos os requisitos de segurança e procura atingir uma ocupação dos comboios mais aproximada do número de lugares efetivos, especificado pelo fabricante”.