Em tempo de pandemia de Covid-19 e depois de dois meses sem atividade turística (abril e maio), o Algarve vive dias diferentes.
“Temo-nos habituado a que cada ano seja melhor que o anterior, assim aconteceu em 2019, e agora estamos quase como uma folha em branco a rescrever um destino”, diz na Renascença o presidente da Região de Turismo do Algarve.
“Começámos o ano, até fevereiro, a crescer 14,6% em hóspedes, o que é muito pouco habitual para um destino maduro e para o pico da época baixa. Depois tivemos o impacto da Covid e março teve praticamente metade da atividade do período homólogo. Abril e maio foram meses de completa inatividade pelo confinamento”, começa por descrever.
Junho foi o mês do regresso à atividade, “mas as taxas de ocupação andaram nos 10%, 11%”, sendo que, em julho, “terão andado nos 30%, 40%”, acrescenta João Fernandes, salientando que não há ainda “dados fechados”.
Em termos de preços, o presidente da Região de Turismo do Algarve garante que foram adaptados ao momento que se vive.
“Em todo o mundo, qualquer mercado aberto – e o turismo é, por natureza, global – a relação entre procura e oferta dita o preço, portanto tem acontecido um ajustamento dos preços à realidade que vivemos”, afirma no programa As Três da Manhã.
Quanto a receios por causa da pandemia de Covid-19, João Fernandes diz que não há risco zero, mas sublinha que o setor do turismo está habituado a adaptar-se a mudanças no âmbito da higiene e segurança.
“Ninguém pode, de plena consciência, dizer que mais pessoas não implica mais risco”, mas “o mais importante é preparar-nos” para isso.
João Fernandes lembra outros surtos de gripe com “protocolos muito semelhantes” aos atuais e frisa que “o Algarve e o setor do turismo em geral, no país, foi muito rápido em implementar planos de contingência e protocolos sanitários”.
“Isso, obviamente, minimiza o risco que temos todos, no dia a dia, em todo o lado”, destaca ainda.
Até agora, não há registo de qualquer aumento de casos por causa de férias no Algarve. “E devo lembrar que tivemos um período, no início de junho, que ditou quase umas miniférias, em que tivemos uma presença de pessoas mais expressiva do que era a nossa expectativa, e percebemos que, passados 20 dias, não havia qualquer caso decorrente dessa presença”, sublinha ainda.