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A taxa de infeção dos enfermeiros e auxiliares que estiveram na linha da frente do combate à covid-19 é dez vezes superior ao que se conhecia. Os dados são da Fundação Champalimaud que fez testes serológicos a cerca de 700 profissionais nos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e de Santo António, no Porto.
No Hospital de Santa Maria, apenas dois dos 310 profissionais testados (0,6%) sabiam que tinham estado infetados. Os testes revelaram que, afinal, 20 pessoas (6,5%) já tinham estado em contacto com o vírus. Os enfermeiros são os mais afetados (7,6%) enquanto os auxiliares são um pouco mais poupados (4,7%).
No Hospital de Santo António, o rastreio abrangeu 347 enfermeiros e auxiliares. Neste universo, era já sabido que três profissionais (0,86%) tinham estado infetados. O estudo agora revelado concluiu que a taxa real de infeção é de 8,4%, ou seja, 29 pessoas com covid-19. Aqui, a taxa de infeção entre os enfermeiros e os auxiliares é muito semelhante.
A Ordem dos Enfermeiros, parceira da Fundação Champalimaud neste estudo, considera que os resultados permitem fazer a extrapolação para toda a população de enfermeiros e assistentes operacionais dos referidos hospitais, concluindo que o verdadeiro número de infetados é muito superior ao identificado.
Apela, por isso, à testagem regular destes profissionais, para sua segurança, mas também para a segurança das pessoas a quem prestam cuidados.
De acordo com dados divulgados na quarta-feira pelo secretário de Estado da Saúde, há 3.183 profissionais de saúde infetados com o novo coronavírus, responsável pela covid-19, entre os quais 477 são médicos e 838 enfermeiros.
Somam-se 774 assistentes operacionais, 152 assistentes técnicos e 107 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica infetados, revelou António Lacerda Sales, na conferência de imprensa diária de atualização de dados sobre a pandemia em Portugal.
António Lacerda Sales também revelou que os dados acumulados apontam para 658 profissionais de saúde recuperados.