Já há quatro arguidos no caso da alegada fraude na reconstrução de casas em Pedrógão Grande, avança o Ministério Público de Coimbra.
Os suspeitos são pessoas que requereram apoios para a recuperação de habitações que teriam sido destruídas pelos incêndios.
"Em investigação estão factos suscetíveis de integrarem os crimes de corrupção, participação económica em negócio, burla qualificada e falsificação de documento", avança o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra.
Os quatro arguidos ficam a aguardar o desenrolar do processo em liberdade, com a medida de coação de termo de identidade e residência.
De acordo com a TVI, um dos arguidos é o irmão do presidente da junta de freguesia de Vila Facaia, que admitiu ter pedido um apoio para reconstruir uma casa que estava em ruínas antes do incêndio.
Ainda podem ser constituídos mais arguidos. As investigações prosseguem sob direção do Ministério Público do DIAP de Coimbra, com a colaboração da Polícia Judiciária.
Em causa estão denúncias feitas por duas reportagens, uma da Visão e outra da TVI, que aludiam a situações eventualmente ilegais na atribuição de fundos para a reconstrução de habitações.
As duas reportagens referiam que casas que não eram de primeira habitação foram contempladas com obras em detrimentos de outras mais urgentes e também que casas que não arderam foram reconstruídas com fundos solidários.
Noutro desenvolvido desta quarta-feira relacionado com Pedrógão Grande, o presidente da Câmara Valdemar Alves anunciou a saída do conselho de gestão do Fundo Revita, estrutura criada pelo Governo na sequência do incêndio de junho de 2017.
Além da sua saída, Valdemar Alves optou por substituir Bruno Gomes, antigo vereador e técnico do município que coordenava o gabinete responsável pelos processos de reconstrução de casas destruídas pelo fogo e que tinha assento na comissão técnica do Revita.
O Fundo Revita, criado pelo Governo para apoiar as populações e a revitalização das áreas afetadas pelo incêndio rural de junho de 2017, recebeu o contributo de 61 entidades, com donativos em dinheiro, em bens e em prestação de serviços.
Os donativos em dinheiro rondam os 4,4 milhões de euros, a que se juntam 2,5 milhões de euros disponibilizados pelo Ministério da Solidariedade e da Segurança Social.