Durante um ano, todas as exportações ucranianas para a União Europeia (UE) estarão isentas de direitos de importação.
O Conselho da UE adotou, recentemente, um regulamento que autoriza a liberalização temporária do comércio e outras concessões comerciais no que diz respeito a determinados produtos ucranianos.
A medida aplica-se designadamente aos produtos industriais sujeitos à eliminação progressiva de direitos até ao final de 2022, às frutas e produtos hortícolas sujeitos ao regime de preços de entrada, e aos produtos agrícolas e produtos agrícolas transformados sujeitos a contingentes pautais.
Com esta medida, a UE tem mais um gesto de solidariedade para com a Ucrânia. A invasão russa do país tem um efeito dramático na capacidade de produção e nas infraestruturas de transporte da Ucrânia e no acesso do país ao mar Negro, com consequências para a segurança alimentar global.
Calcula-se que haja cerca de 20 milhões de toneladas de cereais retidos nos portos ucranianos. Em tempos normais, 75% da produção de cereais da Ucrânia é exportada, Antes da guerra, 90% das exportações de cereais e oleaginosas transitavam pelos portos ucranianos do mar Negro, agora ameaçados.
A Comissão Europeia apresentou uma proposta para criar "corredores solidários" que permitam à Ucrânia exportar os seus cereais mas também importar mercadorias, através de diferentes rotas terrestres da UE.
Na cimeira de Bruxelas esta semana, os líderes europeus deverão de novo apelar para que sejam encontradas soluções para o bloqueio dos portos ucranianos, sobretudo o de Odesa.