As previsões apontam para um “cocktail meteorológico” perigoso em matéria de incêndios nos próximos dias. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) defende para “tolerância zero ao uso do fogo”.

“Vamos assistir já durante o dia de hoje e durante o dia de amanhã há um aumento muito significativo do perigo meteorológico de incêndio rural, com maior expressão nas regiões do Centro e Norte”, disse o adjunto de operações nacional, Pedro Nunes, em conferência de imprensa na sede da ANEPC.

Além do tempo “quente e seco, com vento”, há outra variável que está a preocupar as autoridades: a previsão de ocorrência de trovoadas durante a tarde de hoje e durante o dia de amanhã.

“O que também podemos esperar fruto deste aumento são fogos com uma progressão muito rápida e que rapidamente ficam fora da capacidade de combate dos meios lançados no terreno”, explica Pedro Nunes.

Para o adjunto de operações da Proteção Civil, “temos aqui um cocktail meteorológico que nada favorece as forças no terreno”.

Por isso, até quinta-feira haverá “tolerância zero ao uso do fogo”, diz o representante Proteção Civil, que pede “especial atenção ao uso das máquinas em contexto rural e florestal”.

Perante este agravamento do risco de incêndio, foram já pré-posicionados meios dos bombeiros e de outras entidades nas zonas de Macedo de Cavaleiros, Vila Real, Castelo Branco e Loulé.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a partir de quinta-feira ou sexta-feira “o perigo meteorológico vai decrescer de forma muito considerável”. Pedro Nunes diz que a partir dessa altura “as pessoas que trabalham no mundo rural e florestal podem retomar atividades com as cautelas exigidas”.

Desde sexta-feira até as 12h00 de hoje, foram registados cerca de 300 incêndios rurais. Nesta altura, não há nenhuma situação preocupante, sublinha o adjunto de operações da ANEPC.