O presidente do PSD considerou hoje que o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, "não está suficientemente habilitado" para o exercício de funções, por estar envolvido num caso em investigação pelo Ministério Público.
"Acho que ele não está suficientemente habilitado a poder exercer na plenitude as funções governativas, por ter sobre ele uma dúvida que não conseguiu esclarecer", sustentou Luís Montenegro, em Caminha, concelho presidido por Miguel Alves antes de ir para o executivo.
O líder do PSD ressalvou que "quem tem de fazer essa aferição é o primeiro-ministro", embora antecipando que, para António Costa, "isso não é problema porque já disse que confiava, plenamente, no secretário de Estado".
Luís Montenegro, que falava aos jornalistas no concelho de Caminha, no distrito de Viana do Castelo, no âmbito da iniciativa Sentir Portugal, afirmou que o PSD "está interessado sobretudo em saber, em concreto, as condições em que esta situação ocorreu", considerando tratar-se de "uma situação estranha", com "contornos muito discutíveis".
"Ninguém está aqui com intuito de perseguir coisa nenhuma, nem pessoa nenhuma. O que nós queremos é que os membros do Governo estejam na plenitude de toda a sua autoridade política para poderem exercer a sua missão. Penso que esse é também o interesse que o primeiro-ministro deve privilegiar", disse.
O presidente do PSD referia-se ao pedido de audição que o PSD anunciou ir entregar na Assembleia da República para que Miguel Alves seja ouvido "o mais depressa possível" pela Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.