O romance “As Pessoas Invisíveis”, de José Carlos Barros, é o vencedor do Prémio Leya 2021. O anúncio foi feito esta manhã na sede do grupo editorial, em Alfragide pelo júri presidido pelo poeta Manuel Alegre.
José Carlos Barros é natural de Boticas e licenciado em Arquitetura Paisagista pela Universidade de Évora. Além de obra poética já publicada, e de ser autor de romances como “Um amigo para o Inverno” com que foi finalista do Prémio Leya em 2012, Barros foi também diretor do Parque Natural da Ria Formosa.
O seu romance “O Prazer e o Tédio” venceu o Prémio Nacional Sebastião da Gama e o livro de poesia “O Dia em Que o Mar Desapareceu” recebeu o Prémio Manuel Teixeira Gomes - Conto em 2002. O mais recente livro de poesia que editou, “Estação” reúne poemas que publicou entre 1984 e 1989 no suplemento DN Jovem, do Diário de Notícias.
Segundo o júri do Prémio Leya, a obra “As Pessoas Invisíveis” “é uma viagem por vários tempos da história recente de Portugal, desde a década de 40 do século XX, narrada a partir de uma personagem ambígua, Xavier, que age como se tivesse um dom, ou como se precisasse de acreditar em ter um dom”.
O júri desta edição, que reuniu nos dias 6 e 7 de dezembro, é composto pela poetisa angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e crítica literária Isabel Lucas, o professor de literatura portuguesa da Universidade de Coimbra José Carlos Seabra Pereira, o antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo Lourenço do Rosário, os poetas portugueses Manuel Alegre e Nuno Júdice e o jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck.
No valor de 50 mil euros, o prémio LeYa ficou por entregar nos últimos dois anos. Em 2020 devido à situação pandémica, o grupo editorial decidiu não atribuir a distinção; já em 2019 o júri considerou que as obras apresentadas a concurso não tinham a qualidade para serem distinguidas. No entanto, indica a Leya em comunicado, os originais da edição de 2020 que foi suspensa devido à crise pandémica foram “considerados para a presente edição” de 2021.
No total, este ano concorreram 802 originais de 20 países – “Alemanha, Angola, Áustria, Brasil, Bulgária, Cabo Verde, Canadá, Equador, França, Holanda, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Luxemburgo, Moçambique, Polónia, Portugal, Rússia, EUA e Vietname”, diz a Leya em comunicado.
Este é um prémio que visa incentivar a produção de obras originais de escritores de língua portuguesa e tem como objetivo premiar um romance inédito. No passado entre os galardoados estão nomes como Afonso Reis Cabral que venceu em 2014 com o livro “O Meu Irmão”, ou João Ricardo Pedro que em 2011 foi distinguido pelo romance “O Teu Rosto Será o Último”.
O primeiro vencedor do Prémio Leya, em 2018, foi o jornalista e escritor brasileiro Murilo Carvalho com o livro “O Rastro do Jaguar”. Já o segundo vencedor foi o moçambicano João Paulo Borges Coelho com a obra “O Olho de Hertzog”.
Outros dos premiados foram Nuno Camarneiro com o romance “Debaixo de Algum Céu”, Gabriela Ruivo, com o livro “Uma Outra Voz”, António Tavares com “O Coro dos Defuntos” ou os mais recentes João Pinto Coelho, em 2017 com o livro “Os Loucos da Rua Mazur” e em 2018 “Torto Arado” do brasileiro Itamar Vieira Júnior.