A Liga de Bombeiros quer mais colaboração das autarquias para melhorar o combate aos fogos florestais.
Na conferência “Analisar os incêndios florestais”, que se realizou nesta terça-feira em Ourém, vários comandantes de corporações de bombeiros deram conta da necessidade de as autarquias disponibilizarem os serviços municipais da Proteção Civil.
Em declarações à Renascença, o presidente da Liga disse que “precisamos de garantir que todos os bombeiros, em qualquer circunstância, e todos os comandantes, em qualquer circunstância, tenham uma boa logística”.
Para António Nunes e para os comandantes de bombeiros presentes, “essa logística passa muito pela capacidade que as câmaras municipais possam vir a ter de disponibilizar os seus serviços municipais de Proteção Civil, quer no planeamento e programação antecipadamente, quer durante a ocorrência”.
É preciso gerir melhor os meios
Outra conclusão a que os participantes da conferência chegaram foi a necessidade de gerir melhor os meios ao dispor dos bombeiros.
Segundo António Nunes, “os grupos de combate que chegam, muitas das vezes, não são aplicados imediatamente nas ações de supressão do fogo”.
Por outro lado, “começa a haver uma dificuldade em fazer uma gestão da capacidade física e emocional dos bombeiros que estão nos teatros de operações”.
Liga quer Comando Nacional de Bombeiros
A análise feita nesta conferência, para a qual estava prevista a presença da secretária de Estado da Proteção Civil, o que acabou por não acontecer, permitiu também confirmar a reivindicação já de há algum tempo da Liga, de ser criado um Comando Nacional de Bombeiros.
De acordo com o presidente da Liga de bombeiros, “todos sentiram a necessidade de que os bombeiros sejam comandados por bombeiros, integrados num sistema de proteção e socorro da autoridade nacional de emergência e Proteção Civil, aos vários níveis, mas que tenham a sua própria autonomia”.
Autonomia, explica António Nunes, para poderem “fazer o planeamento das equipas que tem que chamar a intervir nos teatros de operações” ou decretar “a sua entrada em operação”, além da decisão sobre a substituição dos elementos “para que a força de combate, em cada momento, tenha a maior disponibilidade física e emocional”.
Desta forma, evitar-se-á também que grupos de bombeiros façam distâncias muito longas, o que, diz o dirigente, afeta a “capacidade de resistência dos homens e das mulheres que combatem os fogos”.
Estas conclusões serão enviadas ao ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.