O PSD diz que faltam, pelo menos, 11 dos 37 meios aéreos que nesta altura deveriam estar ao serviço do dispositivo de combate a incêndios.
O grupo parlamentar social-democrata dirigiu, este domingo, um conjunto de perguntas aos ministros da Administração Interna e da Defesa exigindo saber o que se passa.
O deputado Duarte Marques revela as contas que tem a nível nacional e mostra-se particularmente preocupado com o facto de quatro distritos não terem, nesta altura, qualquer meio aéreo.
“O que está em falta neste momento são oito helicópteros ligeiros, pelo menos, e três meios aéreos de coordenação. E sobretudo, há quatro distritos que não têm qualquer meio aéreo: Setúbal, Beja, Braga e Portalegre não têm um único meio aéreo disponível neste momento e isso é muito preocupante”, disse.
De acordo com o Plano da Proteção Civil para a época de incêndios 2020, o dispositivo está nesta altura na fase de “nível reforçado II” e prevê que estejam ao serviço 37 meios aéreos. O PSD garante que não estão e deixa um conjunto de perguntas ao Governo.
“O PSD quer saber quantos meios é que estão no terreno e quantos é que estão em falta. Depois quer saber porque é que os que faltam não estão no terreno e não estão operacionais, mas mais importante que tudo isso é saber quando é que vão estar e se nas fases seguintes, em que se prevê o aumento do número de meios aéreos, podemos estar descansados que esses meios vão estar operacionais já a partir de 1 de junho. O histórico do Governo faz-nos desconfiar disso”, refere Duarte Marques.
A Renascença já dirigiu estas perguntas ao Ministério da Administração Interna, que as remete para o Ministério da Defesa. Fonte do gabinete de Eduardo Cabrita lembra que todo o processo de aluguer e gestão operacional dos meios de combate a incêndios depende, desde o ano, passado da Força Aérea. Se houver algum atraso na entrada ao serviço destes meios – coisa que o Ministério da Administração Interna não confirma nem desmente - então, acrescenta a mesma fonte, quem tem que esclarecer a questão é o Ministério da Defesa.
A Renascença já tentou uma reacção do Ministério de João Gomes Cravinho, mas ainda sem sucesso.
Com a chegada do calor, os incêndios têm sido agora mais frequentes, mas ainda sem grande dimensão. Desde o início do ano já foram registados 938 incêndios, que consumiram 941 hectares. 20% dessa área ardida até agora foi floresta, 78% matos e 3% terrenos agrícolas.