"Injusto, incompreensível e inaceitável”. Autarca de Portimão critica recuo no desconfinamento
16-04-2021 - 17:12
 • Renascença

Presidente da Câmara garante que surtos estão bem localizados e que não há disseminação na comunidade.

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A presidente da Câmara de Portimão considera injusto e inaceitável o passo atrás que o concelho dará no processo de desconfinamento.

“O castigo que é imposto a Portimão e aos portimonenses é injusto, incompreensível e inaceitável”, disse Isilda Gomes.

Em tom exaltado, em conferência de imprensa, a autarca considera que a decisão do Governo “é uma enorme falta de respeito para com os empresários que lutam no seu dia a dia e para com todos aqueles que trabalham afincadamente para fazer face às dificuldades que têm e que são muitas”.

Nestas declarações, a autarca garantiu ainda que "não há disseminação na comunidade do vírus" e que os surtos estão bem identificados. Isilda Gomes refere que foi feita uma “testagem massiva e aleatória”, tendo sido realizados quase cinco mil testes, com registo apenas de 12 casos positivos.

Isilda Gomes questiona também a lógica de fechar esplanadas e manter escolas abertas.

“Os locais onde não há transmissão de vírus como é o caso das esplanadas e como é o caso dos comércios vão fechar, as escolas vão manter-se abertas que é exatamente o local onde nós agora temos a positividade”, argumenta.

Portimão é um dos quatro concelhos que, dada a elevada incidência de casos de Covid-19, vai voltar atrás no processo de desconfinamento e voltam a ter de pautar-se pelas regras da primeira fase.

Além de Portimão, também Moura, Odemira e Rio Maior vão regressar na segunda-feira às regras que vigoravam no continente português no início do processo de desconfinamento em curso, iniciado em 15 de março.

Segundo o primeiro-ministro, nestes quatro municípios, com uma incidência de 240 casos por 100 mil habitantes, volta a estar em vigor a proibição de circulação interconcelhia em todos os dias da semana, com exceções previstas na lei, como deslocações para o trabalho ou para dar apoio a familiares.

Na prática, segundo o primeiro-ministro, António Costa, nestes quatro concelhos "têm de encerrar na próxima segunda-feira" ginásios, museus, galerias de artes e espaços semelhantes, tal como as lojas entretanto abertas voltam a poder funcionar apenas com venda ao postigo e também as esplanadas voltam a fechar.

Também nestes concelhos as escolas continuam a funcionar presencialmente e voltam ao ensino presencial os alunos do ensino secundário e do ensino superior, visto que na Educação todos os concelhos avançam juntos, afirmou o Governo.