No debate entre António Costa e Rui Rio, esta quinta-feira, os líderes de PS e PSD divergiram consoantes as soluções imediatas para a Saúde, em Portugal.
O atual primeiro-ministro quer "continuar a reforçar" o SNS e rejeita "pegar nos recursos do Estado e reforçar ao lado", referindo-se ao privado.
"O reforço dos recursos humanos é um reforço do serviço prestado ao utente", defende.
Já Rui Rio critica o estado atual do SNS e que é preciso dois tipos de resposta: "uma de imediato e outras estruturais".
"O sistema não tem funcionado. É preciso melhorar e aumentar a contratualização com o privado, para que os portugueses sejam atendidos e façam as cirurgias em tempo aceitável", refere o social-democrata.
"É mais serviço a melhor preço", aponta ainda.
Relativamente aos médicos de família, Rui Rio relembra que o Partido Socialista falhou na promessa de garantir um médico de família para todos os portugueses e sugerem, como alternativa temporária "um médico assistente do privado".
"Vamos fazer contratualização aos médicos do serviço privado para que as pessoas tenham médico assistente. Até ao fim da legislatura procuraremos arranjar um médico de família até todos os portugueses", garante.
Já António Costa não se compromete com um prazo para cumprir o que diz ser "um objetivo".
O atual primeiro-ministro destaca, por outro lado, os reforços que foram feitos nos últimos dois anos.
"No ano passado tivemos mais 2.606 cirurgias nos hospitais do SNS do que em 2019, mais consultas hospitalares e mais de 3 milhões de consultas nos cuidados de saúde primários do que em 2019”, realça.
António Costa, e o presidente do PSD, Rui Rio, protagonizam esta quinta-feira o único debate a dois antes das legislativas de 30 de janeiro, que está a ser transmitido pelas três televisões generalistas.
Há dois anos, na pré-campanha para as legislativas de 6 de outubro de 2019, os líderes dos dois maiores partidos tiveram um debate semelhante, organizado e transmitido por RTP, SIC e TVI (visto por 2,66 milhões de portugueses), e protagonizaram também um confronto radiofónico, transmitido pela Antena 1, Rádio Renascença e TSF.
O ‘chumbo’ do Orçamento do Estado para 2022 levou à marcação de eleições antecipadas para 30 de janeiro, encurtando em quase dois anos a legislatura.