Mariana Vieira da Silva. “Não há uma lei” que resolva o problema do desporto
24-05-2018 - 00:10
 • Eunice Lourenço (Renascença) e David Dinis (Público)

Sportinguista de coração, mas também de formação desportiva, Mariana Vieira da Silva reconhece, em entrevista à Renascença e ao Público, que as últimas semanas foram “difíceis”.

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Chegou de casaco vermelho, mas quando era criança e adolescente a agora secretária de Estado adjunta do primeiro-ministro não gostava de vestir a cor do adversário. Era a mãe que a convencia, argumentando que a cor a favorece. Fez natação nas escolas do Sporting e gostava de lá voltar numa lógica de voluntariado para dar muito daquilo que por lá recebeu. Quanto ao que se passa no clube e no desporto em geral, acredita que a solução pode ter ajuda dos políticos, mas não depende deles.

É conhecido o seu sportinguismo. O primeiro-ministro vai receber o presidente do Sporting?

Eu não respondo pela agenda do primeiro-ministro.

Acha que deve?

Não me vou pronunciar sobre um pedido de audiência que foi feito ao primeiro-ministro.

Até onde acha que a política deve entrar na área do futebol para resolver estas situações que temos vindo a viver?

Eu fiz desporto muitos anos e considero que esse elemento é fundamental na construção da minha personalidade. Estas semanas foram difíceis para mim. Aquilo que estamos a viver é difícil. E o que acho fundamental é que ninguém acredite que há uma solução, que há uma lei que resolva isto. Há um compromisso que deve ser de toda a sociedade. Naturalmente que todos os poderes políticos podem ter que tomar decisões, mudar uma lei que já existe. Mas há também responsabilidades nos clubes, que são instituições centenárias, às quais o país deve muito - porque formaram jogadores, atletas de todos os desportos, uniram-nos, fizeram-nos chorar e rir. E portanto, temos que esperar que todas as partes possam contribuir para aquilo que acho que é um objeto de todos, que é voltarmos a olhar para o fenómeno do futebol como vivemos o Euro 2016 ou a medalha do Carlos Lopes ou da Rosa Mota. É um caminho que cabe a todos, que deve ser partilhado por todos, sportinguistas, portistas e benfiquistas, mas também jornalistas, políticos, direções de futebol, jogadores e treinadores. E deve ser um objetivo de todos procurar serenar e viver pacificamente.