O prémio Nobel da Literatura 2016 foi atribuído a Bob Dylan, por ter criado novas formas de expressão poéticas no quadro da grande tradição da música americana, anunciou esta quinta-feira a Academia Sueca.
Numa curta entrevista após anunciar o premiado, a secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, explicou que Bob Dylan mereceu o prémio por ser "um grande poeta na grande tradição poética inglesa".
"Ele encarna essa tradição", disse a responsável, lembrando que há 54 anos que o cantor, poeta e compositor se reinventa, criando novas identidades.
Instada a escolher uma canção emblemática do agora Nobel da Literatura, Sara Darius disse que o álbum “Blonde on Blonde”, de 1966, "é um exemplo extraordinário da sua forma brilhante de rimar e do seu pensamento pictórico".
A representante da Academia Sueca lembrou ainda, quando questionada sobre a especificidade da poesia de Dylan, que foi escrita para ser cantada, que também Homero e Safo, há mais de 2000 anos, escreveram poesia que devia ouvir-se. "E ainda hoje lemos Homero e Safo".
Em 2015, o Nobel da Literatura foi atribuído à escritora bielorrussa Svetlana Aleksievitch.
Atribuído pela primeira vez em 1901, ao francês Sully Prudhomme, o Nobel da Literatura, um dos mais mediáticos ao lado do Nobel da Paz, é sempre anunciado a uma quinta-feira, normalmente na primeira semana de Outubro, na mesma semana em que outros quatro galardões criados por Alfred Nobel.
Mas este ano o galardão para a área da Literatura é o último a ser anunciado, algo que a Academia Sueca atribuiu a questões de calendário, mas que os média suecos suspeitam dever-se à dificuldade dos membros em chegar a acordo sobre um nome.
Desde 1901, quando os prémios Nobel foram atribuídos pela primeira vez, foram entregues 108 prémios Nobel da Literatura, 14 dos quais a mulheres.
Na história do Nobel da Literatura, apenas um autor português foi premiado: José Saramago, em 1998.