O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) não fica "surpreendido" pelo facto de a menos de uma semana do arranque do novo ano letivo ainda haja cerca de 100 mil alunos sem professor. Filinto Lima diz que "a falta de professores é mais sentida na área de Lisboa e do Algarve porque o seu salário não consegue suportar o preço do aluguer de uma casa ou de um quarto", e defende a necessidade do apoio do Estado ao professor deslocado.
"Este problema tem uma solução muito rápida. É preciso de facto apoiar os professores na deslocação ou na estadia, com incentivos. É preciso que o Ministério das Finanças perceba que os nossos profissionais da educação também têm de ser apoiados sob pena de existir ausência ou carência de professores na região de Lisboa e vale do tejo e Algarve”, afirma.
O responsável pede para os docentes tratamento idêntico ao que é dado a profissionais de outros sectores da função publica que “são apoiados quando deslocados em trabalho”.
Num cenário recorrente, a cerca de uma semana do arranque do ano letivo há cerca de 100 mil alunos ainda sem professor; mais de 1350 horários continuam por preencher.
Filinto Lima fala de “rendas proibitivas”, do “preço exorbitante" que é exigido para se alugar uma casa ou um quarto e que não encontra suporte "nos baixos ordenados dos professores".
“Tudo isto está a acontecer devido ao custo de vida, devido ao preço exorbitante que é exigido para alugar uma casa ou um quarto, tendo em conta o ordenado baixo do professor. É um salário baixo para suportar este tipo de despesa e, portanto, estas duas regiões - Lisboa e Vale do Tejo e Algarve - sentem dificuldades de recrutamento, mas o fenómeno já começa a alastrar a outras zonas do país, nomeadamente Santarém”, acrescenta.
Entretanto, Filinto Lima adianta que durante o dia de hoje possa diminuir o número de professores em falta dado que esta sexta-feira é conhecido o resultado das colocações nacionais da segunda reserva de recrutamento. “Penso que esse número em falta possa diminuir de forma substancial porque hoje vão ser colocados professores que vão substituir colegas que se encontram doentes e que se encontram de baixa médica”, remata.