DGS vai investigar subida de 35 mil casos suspeitos de Covid-19 em 48 horas
21-04-2020 - 14:50
 • João Carlos Malta

Crescimento foi detetado no domingo e na segunda-feira, somando uma anómala subida de mais de 35 mil casos. Graça Freitas falou ontem que a DGS tinha uma "malha larga" para detetar casos, mas esta terça-feira, disse que ia tentar perceber o que justificou a subida abrupta.

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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, prometeu esta terça-feira, durante a conferência de imprensa diária, investigar o pico de casos suspeitos de Covid-19 que ocorreram entre domingo e segunda-feira, em que se somaram mais 35 mil novos suspeitos.

Depois de na segunda-feira ter referido que a estratégia da DGS era a de ter "uma malha larga" para apanhar o maior número de casos, um dia depois, perante a insistência da Renascença para perceber as causas desta variação anómala, prometeu que se encontrasse alguma justificação digna de registo, posteriormente a comunicaria.

"Temos tido uma grande estabalidade, mas há variações diárias aleatórias e ainda as variações dos suspeitos quando há casos como lares ou o caso do hostel em Lisboa. Estas variantes aumentam logo estes números. A metodologia mantém-se, no entanto. Não esquecer também que os testes têm aumentado em lares, nos últimos dias", explica a diretora-geral da Saúde.

"De qualquer das formas, vou investigar este número e se tiver algo de relevante, comunico esses dados convosco", conclui.

Esta quarta-feira, na nova conferência de balanço da Covid-19, a DGS adiantou como causa do aumento exponencial de casos suspeitos no dia 19 de abril o facto de, no boletim emitido nesse dia, terem sido incluídas notificações de resultados laboratoriais com quase um mês de atraso.

Subida a pique

Nos últimos dois dias apareceram no relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) mais 35 mil casos suspeitos. A diretora-geral Graça Freitas abordou o tema, na conferência de imprensa desta segunda-feira, atribuindo os números “à malha larga” utilizada pelas autoridades de saúde, mas não explicando o que justifica o disparo dos valores desde o fim de semana.

“Neste momento utilizamos no SNS uma malha muito larga. Preferimos apanhar muitos casos que não sejam positivos a deixar passar um caso positivo. Todas as pessoas que ligam para o SNS 24 e que apresentam sintomas, mesmo que sejam ligeiros, ficam como suspeitos. Depois são contactados por um médico, são testados e acabam por ser negativas. Mas é uma estratégia do nosso país captar o máximo possível de pessoas suspeitas para fazer o teste", explicou.

Ao contrário do que tinha acontecido no Boletim de domingo e segunda-feira, em que houve acréscimos sem precedentes entre os casos suspeitos e não confirmados, o Boletim de hoje voltou a “normalizar” os valores nestes parâmetros mais gerais: o número de casos suspeitos teve um aumento de 2,2% (mais 4.416, depois dos 35.642 das últimas 48 horas, num total de 202.769)

[atualizado a 22/04 com a resposta da Direção-Geral de Saúde sobre o aumento substancial de casos suspeitos de Covid-19 no dia 19 de abril]