A longa lista de oligarcas russos a morrer em circunstâncias atribuídas pelas autoridades a “suicídio”, imediatamente antes e após a invasão da Ucrânia, aumentou esta quinta-feira com a morte do presidente da petrolífera Lukoil, Ravil Maganov.
O presidente da Lukoil, petrolífera russa que havia lamentado “os trágicos acontecimentos na Ucrânia”, morreu hoje após cair de uma janela do Hospital Clínico Central de Moscovo, onde estava internado, informaram as agências russas Interfax e TASS.
Sete oligarcas russos, sobretudo da indústria de petróleo e gás, morreram recentemente em circunstâncias duvidosas, que as autoridades classificam como suicídio, de acordo com uma contabilização recente da Deutsche Welle.
Foi o caso, a 19 de abril, do milionário Sergei Protosenya, em Lloret de Mar (Espanha), que foi encontrado enforcado na sua residência, juntamente com a mulher esfaqueada.
Na mesma altura, o oligarca Vladislav Avayev foi encontrado morto no seu apartamento de luxo em Moscovo, juntamente com a sua esposa e filha de 13 anos.
No final de janeiro, um mês antes de as tropas russas invadirem a Ucrânia, Leonid Schulman, um executivo de topo da Gazprom, também morreu em circunstâncias classificadas como suicídio.
De forma semelhante, a 24 de março o bilionário Vasily Melnikov, executivo da gigante empresa de equipamentos médicos MedStom, foi encontrado morto ao lado da esposa, Galina, e dos dois filhos menores, no seu apartamento na cidade russa de Ninzhni Novgorod.
A 25 de fevereiro, Alexander Tyulyakov, outro ex-executivo da Gazprom, foi encontrado morto em casa em São Petersburgo.
Três dias depois, Mikhail Watford, magnata do petróleo e gás nascido na Ucrânia, também foi encontrado morto na garagem da sua propriedade rural em Surrey, no sul da Inglaterra.
Andrei Krukovsky, diretor da estância de ski Krasnaya Polyana, localizada perto de Sochi e segundo a imprensa russa frequentada pelo presidente Vladimir Putin e seus convidados, foi encontrado morto após uma queda de um penhasco, de acordo com o jornal russo Kommersant.
Hoje, disse uma fonte anónima à Interfax, Ravil Maganov “caiu da janela do seu quarto no Hospital Clínico Central e morreu devido aos ferimentos”.
Maganov, de 67 anos, tinha sido hospitalizado devido a um ataque cardíaco e estava a tomar antidepressivos, segundo a mesma fonte.
A agência TASS indicou, citando fontes policiais, que o incidente foi considerado “morte por suicídio” e ocorreu às 07:00 locais (04:00 GMT).
Em março, após a invasão da Ucrânia, a Lukoil não expressou apoio a esta decisão do Kremlin, ao contrário de outras empresas públicas e privadas russas, e pelo contrário deu a entender a sua desaprovação.
Em comunicado aos acionistas, o conselho de administração da petrolífera expressou na altura “as suas mais profundas preocupações com os trágicos eventos na Ucrânia”.
O presidente da Lukoil trabalhou desde 1993 na petrolífera em cargos executivos, tendo sido o primeiro vice-presidente executivo e supervisionado a exploração e produção.
Em 2020, o conselho de administração da Lukoil nomeou Maganov como presidente para o lugar de Valeri Greifer, que faleceu em abril daquele ano.