O ministro das Finanças, Mário Centeno, argumentou que os números da execução orçamental até julho, divulgados esta terça-feira, "continuam a mostrar o processo de consolidação orçamental típico" de Portugal nestes quatro anos e a "resiliência da economia" nacional.
"Temos uma execução do lado da despesa com a despesa primária a crescer 3,2%, totalmente em linha com aquilo que é o Orçamento do Estado (OE) aprovado em outubro do ano passado na Assembleia da República, e temos a receita fiscal a crescer, felizmente, acima daquilo que eram as projeções do Governo", destacou, em declarações aos jornalistas, em Monsaraz, no concelho de Reguengos de Monsaraz (Évora).
Centeno, que é também presidente do Eurogrupo, falava aos jornalistas depois de o ministério que lidera ter publicado um comunicado que antecedia a síntese de execução orçamental publicada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO).
No comunicado, o Ministério das Finanças indicava que o défice das administrações públicas se fixou em 445 milhões de euros até julho, representando uma melhoria de 2.239 milhões de euros face ao mesmo período de 2018.
A receita, pode ler-se na nota de imprensa, cresceu 6,5%, enquanto a despesa aumentou 1,6% nos primeiros sete meses do ano face ao período homólogo.
Mário Centeno interveio esta terça-feira numa sessão da jornada do Summer CEmp, um seminário intensivo e interativo dirigido a jovens e promovido pela Representação da Comissão Europeia em Portugal, organizado com o apoio da Câmara de Monsaraz e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo.
"Estes são dados que provam que a economia portuguesa está preparada para os desafios que hoje enfrenta e que o Estado" e "a administração pública" têm "cumprido o seu papel, trazendo estabilidade nas contas públicas", afirmou.
Aludindo ainda ao editorial publicado no domingo pelo jornal Financial Times, Mário Centeno considerou que essa publicação "deve deixar todos satisfeitos porque a imagem de Portugal hoje é uma imagem de credibilidade e de confiança", sendo "estes números um pequeno contributo para esse processo".
No editorial, o jornal britânico elogia o primeiro-ministro português e destaca as habilidades e as escolhas políticas de António Costa, referindo aquele diário económico internacional que o exemplo português é uma esperança para a Europa.