Costa, as "maiorias impossíveis" e a geringonça que "funcionou desde sempre"
02-10-2019 - 18:15
 • Susana Madureira Martins

O líder do PS passeou-se esta quarta-feira pelo centro de Coimbra, onde reagiu ao resultado da conferência de líderes e às sondagens que já chegaram a dar-lhe "maiorias impossíveis"

A "arruada" da caravana socialista no centro de Coimbra foi agendada pela manhã desta quarta-feira. O secretário-geral do PS que ontem dizia que faz campanha nos "tempos livres" e que não pode "meter férias de primeiro-ministro" lá encontrou agenda para uma passeata pela rua Ferreira Borges, distribuindo conversa e rosas por quem passava.

Foi a meio da descida que António Costa foi confrontado pelo resultado da conferência de líderes que, esta quarta-feira, atirou a discussão sobre Tancos para a próxima semana. À pergunta sobre se a "geringonça" voltou a funcionar no Parlamento, o líder do PS tem a curta resposta de que "a' geringonça' funcionou sempre desde o primeiro dia".

Sobre tudo o resto, a posição da líder do CDS, Assunção Cristas, e a do presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, Costa esquiva-se e diz que não ouviu - mesmo que "tivesse ouvido, também não comentava" - e arrumou com o assunto oferecendo uma rosa à jornalista.

Há outro assunto que o dirigente socialista "chuta para canto": sondagens. Agora, há uma tendência de descida para o PS e a pergunta é: Está o PS destinado a entender-se com a esquerda? A resposta não é "sim" ou "não", mas antes um "vamos ver".

Visivelmente bem disposto, Costa diz que já viu "tantas sondagens nestas eleições desde aquelas que davam maiorias impossíveis" ao PS, as que "não dão maioria" ao partido e as que "dão". Contudo, para o líder socialista "há uma coisa que é certa: no domingo todos" têm o seu voto "e, depois abertas as urnas, contam-se os votos e logo se vê o resultado".

Aqui, Costa mete a "velocidade de cruzeiro" e acrescenta aquilo que diz todas as noites nos comícios com militantes e simpatizantes: espera "que o PS tenha um resultado que lhe dê um claro reforço que permita dar força ao PS para assegurar mais quatro anos de estabilidade política".

Fi, o elixir da curiosidade e uma tampa sobre Ministério Público

A arruada começou no Largo da Portagem e terminou, como é habitual, em frente à Câmara de Coimbra. Antes de Costa se despedir do autarca local, ainda houve tempo para um teatrinho de rua de um elemento da associação de paralisia cerebral de Coimbra.

Costa sentou-se e pôde cheirar o elixir da curiosidade e "basta um Fi por dia para activar a sua curiosidade, refrescar perguntas que tenha dentro de si", ao que o líder socialista respondeu que "os senhores jornalistas é que precisam de imensa curiosidade e de libertar as perguntas que têm dentro deles", acrescentando que vai passar ele próprio "a fazer as perguntas".

Não fez nenhuma pergunta, mas também não quis responder à curiosidade dos jornalistas que lhe pediram um comentário sobre o comunicado da Procuradoria Geral da República que ontem deu conta que o Ministério Público ponderou ouvir quer Costa quer o Presidente da República sobre Tancos.