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O PS considerou que o primeiro-ministro indigitado, Pedro Passos Coelho, apresentou uma proposta de Governo que "tem os dias contados". A socialista Ana Catarina Mendes revelou ainda que o partido está a trabalhar numa proposta alternativa credível.
Esta posição foi transmitida na Assembleia da República, numa reacção à proposta de composição do XX Governo Constitucional - executivo com um vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e mais 15 ministros, dos quais oito são novos e quatro são mulheres.
"A apresentação deste Governo provisório por parte da coligação PSD/CDS representa uma continuidade do passado sem qualquer evolução. Estamos perante uma proposta de um Governo fechado sobre si próprio, esgotado e que é incapaz de fazer sequer uma interacção com a sociedade portuguesa. É por isso um Governo sem futuro" e que "tem os seus dias contados", sustentou a presidente da Federação de Setúbal do PS.
De acordo com a dirigente socialista, a proposta de Pedro Passos Coelho deixa uma mensagem de ausência de futuro. "Há de tal forma a consciência disso que nem sequer se é capaz de se apresentar uma proposta capaz de fazer o mínimo de interacção com a sociedade portuguesa. Estamos perante um Governo a curto prazo e que sabe que tem os dias contados", declarou.
Confrontada com o facto de a criação do Ministério da Cultura corresponder à posição defendida pelo PS, Ana Catarina Mendes referiu que essa mudança na orgânica do executivo faz parte do programa eleitoral apresentado pelos socialistas, mas afastou a possibilidade de haver uma aproximação com a coligação PSD/CDS-PP nos próximos dias.
"O PS está a trabalhar numa proposta alternativa de Governo credível, com rigor e com seriedade para demonstrar à sociedade portuguesa que é possível fazer um executivo melhor", respondeu.
Sobre as negociações em curso entre o PS com o PCP, Bloco de Esquerda e "os Verdes", tendo em vista a formação de um executivo alternativo, Ana Catarina Mendes caracterizou as conversações como "muito produtivas" e usou mesmo a expressão "esforço colectivo", que é pouco comum na linguagem política do PS.