Pedro Nuno Santos admite divergência com Costa, mas “hierarquia no Governo é clara”
11-12-2020 - 15:23
 • Susana Madureira Martins

Ministro queria levar o plano de reestruturação da TAP a votos no Parlamento, mas António Costa não deixou.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, reconhece divergências com o primeiro-ministro sobre a gestão política da reestruturação da TAP, mas considera que isso não o faz perder a confiança política. E acata a decisão de António Costa em não levar o plano a votos no Parlamento.

“Estávamos mal, muito mal se, por cada vez que um primeiro-ministro tivesse uma opinião diferente da nossa, nós sentíssemos que perdíamos a confiança política”, respondeu o ministro a uma pergunta da Renascença na conferência de imprensa em que apresentou o plano de reestruturação para a companhia aérea.

Na quinta-feira, em Bruxelas, o primeiro-ministro considerou que seria um erro levar o assunto a votos na Assembleia da República, desautorizando o ministro, que se sente derrotado e isolado.


Agora, Pedro Nuno reconhece a divergência, mas também assume que quem manda é o primeiro-ministro.

“Num Governo saudável as opiniões são muitas vezes diferentes, embora exista uma hierarquia e essa hierarquia é clara, mas isso não invalida que os ministros possam, em algumas matérias, nomeadamente naquelas em que têm responsabilidades diretas, possam ter uma perspetiva diferente. temos é que viver e conviver com mais naturalidade com isso do que nós convivemos”, disse Pedro Nuno Santos, na conferência de imprensa em que apresentou o plano de reestruturação para a TAP.

“Já era tempo para mudar a forma como olhamos para a política e conseguirmos conviver melhor com aquilo que é diferente”, reforçou o ministro, que garante continuar a desempenhar funções com muito entusiasmo.

“Tenho responsabilidades, umas mais difíceis do que outras, há processos mais complicados do que outros no nosso trabalho e no meu ministério, mas faço todos eles com muito gosto e entusiasmo”, respondeu Pedro Nuno Santos, depois de ter sido questionado sobre a sua disponibilidade para levar o plano de reestruturação até ao fim da legislatura.