A embaixada de Israel em Lisboa vai fechar portas já esta segunda-feira e vai permanecer encerrada "até nova ordem", indicou a representação diplomática hebraica no Twitter.
"Devido à decisão da União de Sindicatos em Israel - para a qual todas as embaixadas israelitas são instruídas a parar de trabalhar e a entrar em greve - a Embaixada será fechada hoje até nova ordem."
A notícia surge horas depois de o Presidente israelita ter pedido ao executivo hebraico que reverta os seus planos de reforma judicial, que ontem levaram o primeiro-ministro a demitir o ministro da Defesa, depois de Yoav Gallant ter pedido publicamente o fim dessa reforma, na primeira voz crítica à proposta dentro do Governo.
A decisão de Benjamin Netanyahu levou mais de 600 mil pessoas para as ruas em protestos maciços e improvisados em várias cidades israelitas.
As universidades de todo o país fecharam "até nova ordem" em protesto e os sindicatos apelaram a uma greve geral contra os planos do Governo.
A reforma judicial desencadeou uma das mais graves crises internas de Israel, ao unir, em oposição generalizada, líderes empresariais, funcionários judiciais e mesmo militares do país.
A peça central da revisão é uma lei que dará à coligação governamental a última palavra sobre todas as nomeações judiciais. Outras leis podem dar ao parlamento a possibilidade de anular decisões do Supremo Tribunal e limitar a revisão judicial das leis.
Netanyahu e aliados disseram que o plano vai devolver o equilíbrio entre os ramos judicial e executivo e controlar o que consideram ser um tribunal intervencionista com simpatias liberais.
Mas críticos advertiram que as leis vão eliminar o sistema de controlos e equilíbrios de Israel e concentrar o poder nas mãos da coligação governamental, acrescentando que Netanyahu, a ser julgado por acusações de corrupção, tem um conflito de interesses.