Não há falta de combustível nem escassez de alimentos. Mas falta quem transporte. Uma crise na contratação de motoristas no Reino Unido está a provocar longas filas em bombas de gasolina, que não têm conseguido abastecer e algumas tiveram mesmo de fechar, e há supermercados com prateleiras vazias.
Um dos motivos para esta crise, além da falta de motoristas, são as dificuldades de motoristas atravessarem o Canal da Mancha, fator que levou o Governo a autorizar cerca de 5 mil vistos temporários a motoristas de pesados que serão válidos até à véspera de Natal.
As autoridades e as forças policiais pediram às pessoas para não açambarcar comida ou combustível e para manterem a calma.
O presidente da associação automóvel britânica, Edmund King, disse à BBC que o problema estará resolvido em poucos dias e garantiu que "há combustível que chegue".
Na sexta-feira, o Governo também anunciou que iria acelerar o recrutamento de motoristas, que foi sendo atrasado devido à pandemia. E um deputado conservador, Tobias Ellwood, recomendou até a promulgação de vistos a refugiados afegãos que soubessem conduzir pesados de mercadorias.
Uma associação de motoristas informou que o Reino Unido precisa de cerca de 100 mil motoristas de mercadorias - o número elevado é consequência da pandemia e do Brexit.
É a segunda crise relacionada com o setor dos motoristas em menos de um ano, devido ao Brexit. Em dezembro, milhares de motoristas ficaram retidos no porto de Dover com o Brexit a causar atrasos na passagem de camiões e na emissão de vistos de entrada e de saída.