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O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) considera que o Governo "podia ter sido mais prudente" antes de anunciar o fim da obrigatoriedade do uso de máscara.
À Renascença, Gustavo Tato Borges aponta que o Executivo "foge do plano definido para se levantar o uso das máscaras".
"Esta decisão sai desse plano e que o próprio Governo tinha definido, talvez motivado por algum ruído e contestação que surgiu agora", acrescenta.
O presidente da ANMSP lamenta que o Governo não tenha tido "um pouco mais de paciência e cautela" e criado um "nível intermédio" para progressivamente chegar ao fim do uso de máscara.
"Por exemplo, levantar as máscaras nas escolas e só depois nos restos dos espaços", defende.
Gustavo Tato Borges considera que, agora, "caberá a cada um de nós" saber medir o risco nos contactos do dia a dia, "de maneira a que não haja um agravamento de casos e internamentos e óbitos".
No entanto, acredita que a Páscoa "não terá tido um impacto considerável" nos números da Covid-19, em Portugal.
"Já estaríamos a assistir a essa realidade", refere.
O Governo anuncia que deixa de ser obrigatório o uso de máscaras nas escolas e em espaços fechados, exceto em locais com "pessoas especialmente vulneráveis" e nos transportes públicos, incluindo táxis e similares. O anúncio foi feito pela ministra da Saúde, Marta Temido.
A governante recorda, no entanto, que a pandemia "não acabou" e admite que, sazonalmente, podem vir a ser tomadas novas medidas.
Marta Temido recordou que os especialistas tinham aconselhado o fim do uso das máscaras perante determinados valores para a mortalidade e número de internados. A mortalidade a 14 dias situa-se neste momento nos 27,9, acima do valor estabelecido de 20 mortos por milhão de habitantes, mas o número de internados está "muito abaixo" dos limites previstos.