O chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro, indicou hoje que Portugal tem 37 tanques Leopard, mas recusou comentar quantos poderão ser enviados para Ucrânia.
"Sobre os Leopard, temos 37", afirmou Silva Ribeiro numa conferência de imprensa conjunta no âmbito da visita a Portugal do presidente do Comité Militar da NATO, almirante Rob Bauer.
O CEMGFA foi questionado também sobre quantos desses veículos poderão vir a ser eventualmente incluídos no pacote de ajuda à Ucrânia, mas indicou não poder comentar "essa questão" e remeteu para o comunicado divulgado esta tarde pelo Ministério da Defesa Nacional.
Na quinta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que vários países europeus, incluindo Portugal, estão disponíveis para fornecer tanques de guerra ocidentais, como o "Leopard 2", o que necessita de autorização por parte da Alemanha.
Esta tarde, após uma reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, que decorreu em Ramstein, na Alemanha, o Ministério da Defesa Nacional indicou em comunicado que Portugal vai enviar mais 14 viaturas blindadas M113 e oito geradores elétricos de grande capacidade para a Ucrânia, elevando "para 532 toneladas o total de equipamento militar, letal e não letal" fornecido ao país.
No que se refere ao envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, o ministério indica que, durante o encontro em Ramstein, "Portugal participou numa reunião convocada pela Ucrânia e pela Polónia onde estiveram presentes os países que possuem estes meios".
"Nessa reunião a ministra da Defesa Nacional reiterou a oferta de treino nesta tipologia carros de combate e manifestou a disponibilidade do Governo português para identificar, de forma coordenada com os seus parceiros, formas de apoiar a Ucrânia com esta capacidade", refere o ministério.
Questionado também sobre a notícia avançada jornal Público de que os seis helicópteros Kamov oferecidos por Portugal à Ucrânia em outubro ainda não foram requeridos por aquele país, o almirante Silva Ribeiro indicou que essas "conversações estão a ter lugar a nível político", recusando fazer mais comentários.
Falando sempre em inglês, o CEMGFA defendeu que "Portugal está a fazer o seu trabalho, está a dar um contributo significativo" para "aumentar a capacidade militar ucraniana para enfrentar a invasão ilegal da Rússia".
"Estamos a dar equipamento e munições, armamento que é das Forças Armadas portuguesas, mas estamos a fazer isto de uma forma equilibrada entre a capacidade que temos, os riscos que estamos a enfrentar e a nossa disponibilidade para comprar equipamento para substituir o equipamento que demos à Ucrânia", salientou.
Silva Ribeiro destacou igualmente que este é um "esforço para manter a paz e segurança".