A greve dos trabalhadores da Parques de Sintra -- Monte da Lua voltou esta sexta-feira a ter 100% de adesão, levando ao encerramento dos parques e monumentos, adiantou à Lusa um dos sindicatos representativos.
"Este é o segundo dia de greve e [a adesão] continua a ser de 100%. Todos os monumentos estão encerrados", avançou o dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), Carlos Faia Fernandes, em declarações à Lusa.
Na sexta-feira, o primeiro dia de greve, aproximadamente 200 trabalhadores da Parques de Sintra estiveram concentrados em frente ao Palácio da Vila.
No mesmo dia, os representantes dos trabalhadores estiveram reunidos com a administração da empresa, um encontro do qual resultou a apresentação de "uma proposta abstrata" de valorização salarial.
"Os trabalhadores disseram que não era isso que os ia demover da greve porque, na prática, o salário mínimo aumentava de 760 euros para 769 euros. A luta deles não é de nove euros por mês", assinalou Carlos Faia Fernandes.
O sindicato aguarda agora que a empresa envie a proposta por escrito, o que deverá acontecer na próxima semana.
A Parques de Sintra -- Monte da Lua conta com cerca de 300 trabalhadores e tem como acionistas a Direção-Geral do Tesouro e Finanças, o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra, no distrito de Lisboa.
A empresa é responsável pela gestão do Parque e Palácio de Monserrate, Castelo dos Mouros, Palácio Nacional de Sintra, Parque e Palácio Nacional da Pena, Convento dos Capuchos, Chalet e Jardim da Condessa d"Edla, Farol do Cabo da Roca, Palácio Nacional e Jardins de Queluz, Vila Sassetti, Escola Portuguesa de Arte Equestre e Santuário da Peninha.
A greve foi marcada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP) e pelo STAL.
O caderno reivindicativo prevê um aumento salarial de 14% para os trabalhadores que fazem 40 horas semanais e de 7% para os que fazem 37,5 horas semanais.
São ainda pedidos um aumento mínimo de 52 euros para todos os trabalhadores, um salário de 1.320 euros no início da carreira de técnico superior, subsídio de alimentação no valor de 8,32 euros, retroativos a janeiro deste ano e seguro de saúde no acordo de empresa.
Além dos horários de 35 horas semanais para todos os trabalhadores, o STAL defende também aumentos de 100 euros para todos os trabalhadores, com retroativos a janeiro deste ano, além da criação de um sistema de carreiras, com progressões de três em três anos.