Médicos e enfermeiros vão esta semana paralisar serviços de saúde em todo o país, com greves que começam na terça-feira e que se estendem até sexta-feira.
Os dois sindicatos médicos convocaram uma greve para dias 2 e 3 de julho, sendo o primeiro dia agendado pelo Sindicato Independente dos Médicos e o segundo marcado pela Federação Nacional dos Médicos, que também promove na quarta-feira uma manifestação junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa.
Os enfermeiros, através do Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses (Sindepor), têm quatro dias de greve agendados, entre terça e sexta-feira.
A greve dos médicos inicia-se às 00h00 de terça-feira e termina às 24h00 de quarta-feira. A paralisação dos enfermeiros decorre entre as 08h00 de terça e as 24h00 de sexta.
Cada uma das classes profissionais têm reivindicações específicas, mas tanto médicos como enfermeiros argumentam que lutam pela dignidade da profissão e por um melhor Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os médicos querem que todos os portugueses tenham médico de família, lutam pela redução das listas de utentes dos médicos e por mais tempo de consultas, querem a diminuição do serviço em urgência das 18 para as 12 horas, entre várias outras reivindicações, que passam também por reclamar que possam optar pela dedicação exclusiva ao serviço público.
No pré-aviso de greve, os médicos pedem ainda que seja negociada uma nova grelha salarial, que indicam que já devia ter ocorrido em janeiro de 2015.
Quanto aos enfermeiros, o Sindepor reclama o descongelamento das progressões de todos os enfermeiros, independentemente do vínculo ou da tipologia do contrato de trabalho e que sejam definidos os 35 anos de serviço e 57 de idade para o acesso à aposentação destes profissionais.
Exigem ainda que o Governo inclua medidas compensatórias do desgaste, risco e penosidade da profissão, assegurando as compensações resultantes do trabalho por turnos, defina condições de exercício para enfermeiros, enfermeiros especialistas e enfermeiros gestores que determinem a identificação do número de postos de trabalho nos mapas de pessoal e que garanta, no caso dos especialistas, uma quota não inferior a 40%.
Os enfermeiros exigem também que o Governo aplique corretamente a legislação e o pagamento do suplemento remuneratório a todos os enfermeiros especialistas em funções e equipare, sem discriminações, todos os vínculos de trabalho.