O Sindicato dos Maquinistas da Marinha Mercante (Sitemaq) entregou um pré-aviso de greve na Soflusa para 12 de Junho, véspera do feriado de Santo António em Lisboa, apurou a Renascença.
A paralisação vai afetar as ligações entre o Barreiro
e Lisboa, especialmente nas horas de ponta da manhã e do fim do dia.
A greve pretende reivindicar maior harmonia salarial na Soflusa, empresa que assegura as ligações fluviais entre as duas margens do Tejo.
O protesto é a resposta do sindicato filiado na UGT à decisão anunciada na sexta-feira deaumentar o prémio de chefia para os mestres em 60 euros, deixando todos os outros trabalhadores – nomeadamente, maquinistas e marinheiros – sem qualquer atualização salarial.
O presidente do sindicato, Alexandre Delgado, frisa que a greve é convocada em luta pela harmonia salarial na Soflusa. E não exclui a hipótese do protesto se alargar à Transtejo.
Também a FECTRANS – com sindicatos da CGTP, incluindo o dos Trabalhadores Fluviais e Costeiros, que representa os mestres - defendeu que todos os trabalhadores devem ser abrangidos pela valorização salarial. E já manifestou intenção de reunir rapidamente com governo e empresa para resolver a situação.
As greves dos mestres e a falta de pessoal originou dezenas de supressões de carreiras na Soflusa desde o dia 10 de maio e originou inúmeros protestos dos utentes, impedidos de atravessar o rio em condições normais.
O serviço na empresa tem vindo a degradar-se nos últimos tempos. Na semana passada, depois da supressão de algumas ligações entre Barreiro e Lisboa, os utentes não contiveram a revolta e chegaram a ser provocados danos nas portas de acesso aos barcos.
A reportagem da Renascença no local constatou que, depois de mais de uma hora sem barcos, devido a novas supressões, uma embarcação aproximou-se, mas foi embora sem levar passageiros, provocando um ambiente de revolta no terminal.