É com alguma preocupação que o Bastonário da Ordem dos Médicos reage ao anunciado reforço de 500 milhões de euros no Serviço Nacional de Saúde.
O valor consta da proposta de Orçamento Suplementar apresentada pelo Governo.
O bastonário sublinha que o valor da injeção de capital para salvar a TAP, que não discute, seria mais adequado às necessidades do setor.
“É bom que sejam atribuídos 500 milhões, mas a saúde precisa bem mais de 500 milhões”. Miguel Guimarães lembra que só para a TAP vão 1200 milhões.
Miguel Guimarães identifica, pelo menos, duas áreas em que era esperada uma maior dotação: cuidados primários e saúde pública.
“O valor que foi distribuído nas várias áreas da saúde deixa-me preocupado. No que diz respeito aos cuidados de saúde primários, aparentemente, não há qualquer tipo de reforço e a verba que é atribuída para reforçar os cuidados de saúde pública não me parece que seja uma verba que dê para, de facto, ter um reforço substantivo”, referiu.
O bastonário saúda, por outro lado, o reforço previsto para os cuidados intensivos. “É importante porque, de facto, tínhamos que reforçar a capacidade de resposta dos cuidados intensivos. Não podemos arriscar que numa segunda onda os cuidados intensivos fiquem reservados apenas para os doentes Covid”.
Guimarães diz, ainda, ter dúvidas sobre a previsão para a capacidade de resposta na recuperação pós Covid19 e para a reforma dos hospitais.