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O cessar-fogo na cidade ucraniana de Mariupol não durou mais de 30 minutos, apesar de ter sido prevista uma pausa de cinco horas, avança o presidente da Câmara da cidade, Sergei Orlov, à BBC.
Uma pausa de cinco horas, supervisionada pela Cruz Vermelha, deveria ter sido realizada este sábado, de forma a permitir a saída de civis de Mariupol e Volnovakha, uma cidade mais pequena no norte do país.
No entanto, Orlov disse, em declarações à BBC, este sábado, que Mariupol continuou sob "bombardeamentos contínuos" desde o início do cessar-fogo, e que escolas, jardins de infância e autocarros destinados a serem utilizados para evacuar civis tinham sido atacados.
Orlov acusou as forças russas de "genocídio" e disse ter "medo" de pensar no que iria acontecer aos residentes agora, uma vez que a cidade não tinha água, aquecimento ou saneamento.
Pediu mais ajuda militar, incluindo uma zona de interdição do espaço aéreo.
A Rússia não comentou os contínuos bombardeamentos, mas o seu Ministério da Defesa disse que os civis não tinham utilizado as rotas de fuga de Mariupol, e acusou as autoridades ucranianas de impedir a saída das pessoas.
A Rússia anunciou, este sábado, um cessar-fogo temporário, a partir das 7h00, para a abertura de corredores humanitários que permitam a retirada de civis das cidades ucranianas de Mariupol e Volnovaja. No entanto, a câmara municipal de Mariupol garante que o cessar-fogo não está a ser respeitado pelo lado russo.
Eis por onde passa o corredor humanitário que foi criado: Mariupol - Nikolske - Rozivka - Polohy - Orikhiv - Zaporizhzhia.
Apenas 400 pessoas foram retiradas de Volnovakha e zonas limítrofes durante o curto cessar-fogo deste sábado, adiantam as autoridades ucranianas, citadas pela BBC.
O controlo de Mariupol é estratégico para a Rússia, uma vez que permitiria garantir uma continuidade territorial entre as forças vindas da Crimeia e as que chegam dos territórios separatistas pró-russos da região de Donbass.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.