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O Ministério Público (MP) pediu este sábado a aplicação de uma caução de três milhões de euros a Luís Filipe Vieira, como medida de caução. É a segunda caução mais elevada da história da justiça portuguesa - atrás apenas da caução aplicada a Joe Berardo.
A TSF avança também que o ex-presidente do Benfica ficará em prisão domiciliária, sem pulseira eletrónica, e terá 30 dias para pagar os três milhões de euros, caso o juiz de instrução concorde com o MP.
A decisão de Carlos Alexandre, que interrogou este sábado Vieira, deve ser conhecida até ao final do dia.
O Ministério Público (MP), através do procurador Rosário Teixeira, não pediu a prisão preventiva para nenhum dos quatro detidos na investigação.
A SIC noticia que o MP quer que Vieira entregue o passaporte, para evitar uma fuga do país. Também foi pedido que o ex-líder do Benfica a proibição de contacto com pessoas ligadas à administração do Benfica e com os restantes arguidos.
Vieira foi interrogado entre as 09h15 e as 14h15, sendo que o seu advogado, Magalhães e Silva, disse que a audição tinha corrido bem.
“Não gosto de antecipar convicções. Como em termos de decisão já vi de tudo, não gosto de cavalgar nenhuma convicção. As explicações que Luís Filipe Vieira deu, do meu ponto de vista, ilibam-no integralmente”, afirmou o advogado este sábado.
O antigo presidente do Benfica passou a terceira noite consecutiva na esquadra do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, em Moscavide, depois de ter sido detido na quarta-feira.
Além de Vieira, são também arguidos na investigação o empresário José António dos Santos, conhecido como o "rei dos frangos", o empresário de jogadores Bruno Macedo e o filho do dirigente benfiquista, Tiago Vieira.
Na sexta-feira, Luís Filipe Vieira suspendeu funções como presidente do Sport Lisboa e Benfica. A liderança da direção do clube e da SAD foi assumida pelo ex-jogador e membro da direção, Rui Costa.
No discurso em que assumiu a presidência dos 'encarnados', Rui Costa não mencionou o nome de Vieira, que foi presidente durante 17 anos.
Luís Filipe Vieira foi detido por suspeitas em vários esquemas de fraude que causaram prejuízos, não só à SAD do Benfica ou ao Novo Banco, mas também ao Estado português, através de impostos não cobrados e injecões de capitais públicos no Novo Banco e de financiamento ao Fundo de Resolução.
Também se suspeita que os financiamentos são suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento".
Segundo a Lusa, o antigo presidente do Benfica lesou o Novo Banco em 82 milhões de euros.
Vieira e Macedo também estão envolvidos em suspeitas de aumentar indevidamente comissões nas vendas de jogadores do Benfica, que terá levado ao desvio de quase 2,5 milhões de euros para empresas do dirigente.
[Notícia atualizada às 20h02]