Deverá ser conhecido em Março o documento que o Papa tem estado a preparar desde que terminou o Sínodo sobre a Família, que decorreu em Outubro.
A data foi avançada esta terça-feira pelo presidente do Conselho Pontifício para a Família. D. Vincenzo Paglia foi um dos oradores nas Jornadas de Actualização do Clero do Sul, que estão a decorrer em Albufeira.
“Creio que, brevemente, provavelmente em Março, vai sair a exortação apostólica pós-sinodal do Papa Francisco. Creio que será um hino ao amor, a um amor em saída, que sabe comover-se, chorar com quem chora, alegrar-se com quem festeja, que sabe estar e cuidar das crianças para que estejam bem, que está próximo das famílias – mesmo as que têm feridas - para que reencontrem as suas forças, um amor que sabe comover-se com os idosos. Em suma, um amor que todos precisamos, a começar pelo Sul de Portugal”, afirmou D. Vincenzo Paglia.
Na sua intervenção nestas jornadas o arcebispo italiano falou da responsabilidade da família na formação cristã dos filhos.
“Não basta baptizá-los”, disse D. Vicenzo Paglia, é preciso que os pais frequentem a Igreja, que vão à missa ao domingo para que as crianças possam crescer na fé.
“O problema é só um: O que significa iniciação cristã? Significa que não devemos preparar-nos para celebrar os sacramentos, o que devemos é fazer com que os sacramentos nos integrem na comunidade cristã”, salientou.
O presidente do Conselho Pontifício para a Família deixou um apelo: “Caras mães e caros pais, no domingo seguinte ao baptizado do vosso filho, devem continuar a levá-lo à Igreja e sempre, todos os domingos; é isto a iniciação cristã”.
“Assim como o vosso filho reconhece o cheiro da mãe e a voz do Pai - e que alegria quando esperam a criança dizer mãe, pai –, assim é com a fé. Ou seja, vocês devem levar o vosso filho à Igreja porque, ao ver tanta gente e ao ouvir o Evangelho, parece que não percebe mas, na realidade, está a acolher a fé dentro de si.”
Para o presidente do Conselho Pontifício para a Família, neste Jubileu da Misericórdia é importante que as paróquias sejam “locais de verdadeiro acolhimento” a todos os que fazem parte da comunidade.
D. Vincenzo Paglia sublinhou, ainda, que “as Portas Santas não estão apenas nas catedrais, estão na casa de cada um e devem abrir-se para acolher”.