O bispo das Forças Armadas, D. Rui Valério, reiterou que este é o tempo de quem sofreu abusos, em declarações à CNN Portugal, na manhã deste sábado. O bispo foi questionado sobre se concorda ou não com a não suspensão de pelo menos cinco padres suspeitos em Lisboa.
"Acho que aquilo que é importante nesta altura é nós começarmos a falar das vítimas. Este é o tempo das vítimas. É o tempo de irmos ao encontro delas. Não sei se nós temos exata noção de que quem foi vítima de um abuso desta natureza está numa condição de sofrimento... Há traumas que estão ativos e tudo isso é preciso cuidar, é preciso tomar conta", diz, em entrevista à CNN.
Qquanto à diocese das Forças Armadas, D Rui Valério diz que não recebeu qualquer lista de suspeitos por parte da comissão que estudou os abusos na Igreja e esclarece que, mesmo antes deste relatório, nas Forças Armadas há muito que há um processo de tramitação que é seguido à risca quando surge algum caso suspeito.
"Quando há uma denúncia, no caso de haver, aquilo que existe logo é a instauração de um processo de averiguações ou mesmo disciplinar", explica. "Há a contemplação do afastamento da pessoa, seja capelão ou seja militar simples, da unidade onde presta serviços e do contacto com as pessoas", acrescenta. "Quando sabemos que há um capelão que, eventualmente, estaria a ser objeto de uma averiguação... era de comunicar à Santa Sé e, depois, aquilo que o regulamento estabelece, é que, ao mínimo indício de crime, é remeter a situação para o Ministério Público e para as polícias judiciárias competentes", remata.
O Papa admitiu, numa entrevista divulgada esta sexta-feira, que a “disciplina” do celibato pode ser revista, admitindo a ordenação sacerdotal de homens casados. D.Rui Valério diz que esse não é para já o grande problema.