Jorge Roque da Cunha acusa a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde de branquear a responsabilidade da direção do Lar de Reguengos de Monsaraz
É a reação do presidente do Sindicato Independente dos Médicos à investigação da IGAS que conclui que há responsável deontológica deste sindicato e também da Ordem dos Médicos no caso do surto de Covid-19 naquela instituição
Em causa estão as instruções dadas aos profissionais de saúde para recusarem trabalhar no local devido à falta de condições.
Em declarações à Renascença, Jorge Roque da Cunha recusa e diz que o relatório não passa de uma tentativa de branquear o papel da direção do lar, que é presidida por um autarca do PS.
Esta é, segundo o Sindicato, uma “tentativa que a Inspeção-geral faz de branquear tudo aquilo que foi a irresponsabilidade do gestor de um lar que deixa o lar chegar à situação a que chegou, a uma secretaria de Estado da Segurança Social que faz inspeções e nada deteta de desconformidade por parte desse respetivo lar”.
Roque da Cunha sublinha que nenhum médico deixou de ir ao lar, apesar de não ser obrigatório. “É perfeitamente claro que não sendo obrigados, os médicos acabaram por ir para esse lar. Na prática o que parece é que configura um mero ataque ao Sindicato Independente dos Médicos e ao sindicalismo democrático, já que, como o Ministério sabe, e como toda a gente sabe, o local de trabalho dos médicos é o centro de saúde.”
O presidente do SIM rejeita qualquer forma de intimidação. “Não nos intimidam, o Sindicato Independente dos Médicos continuará a denunciar as situações que ocorrem, e aguardemos que seja feita a nossa avaliação, ou sugestão de avaliação deontológica. Nós não recebemos lições de deontologia de uma inspeção-geral que mais não faz que branquear a atividade da direção de um lar que deixa muito a desejar.”
E acusa, “quem não cumpriu foi o responsável máximo do lar, que por acaso é presidente da câmara e correligionário da senhora Ministra da Saúde”.