A esperança renovou-se para os trabalhadores da Dielmar, depois de um grupo têxtil de Barcelos ter manifestado a intenção de ficar com a marca e com os ativos da empresa.
“Esta proposta é eficaz, o Governo está disposto a apoiar e os trabalhadores também”, afirmou o ministro da Economia nesta quinta-feira, citado pelo “Executive Digest”.
Já na quarta-feira à noite, Siza Vieira se mostrava confiante. “Recebemos uma proposta de uma empresa muito reputada e com grande experiência nestas operações de reestruturação de empresas, a Valérius”.
Segundo o ministro, a proposta apresentada ao administrador de insolvência inclui, não apenas os ativos da empresa como a contratação dos “trabalhadores da Dielmar para uma nova unidade industrial, que quer manter ali em Alcains”.
“Os representantes dos trabalhadores maioritariamente votaram a favor desta proposta, o Estado também votará e julgo que os demais credores, nos próximos cinco dias também se manifestarão de acordo com essa proposta”, concluiu Siza Vieira, à margem da apresentação do programa Empresas Turismo 360, no Observatório Astronómico de Lisboa.
O ministro reagia assim à decisão da assembleia de credores de encerrar a atividade da Dielmar.
“É muito importante que nós possamos manter atividade económica naquela freguesia [Alcains]; é muito importante, para isso, termos um operador privado com experiência, reputação e acesso aos mercados também fortes, que possam também assegurar a continuidade da atividade para aqueles trabalhadores que, como eu sempre disse, é o maior valor que a Dielmar tinha”, considerou ainda o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.
A proposta da Valérius, no valor total de 250 mil euros, foi dada a conhecer aos credores pelo administrador da insolvência, João Gonçalves, na terça-feira.
Na quarta-feira, na assembleia de credores que decorreu no Tribunal do Fundão, 100 dias após ter declarado a insolvência da empresa de confeções Dielmar, ficou determinado avançar com o seu encerramento definitivo, o que permite aos cerca de 240 trabalhadores irem, no imediato, para o desemprego.
Foram, contudo, dados cinco dias aos credores para se pronunciarem sobre a proposta de compra apresentada pela Valérius, que se compromete ainda a ir buscar 200 trabalhadores, de uma forma faseada e após uma formação teórica de um mês e outra em contexto de trabalho, resultante de uma parceria entre esta sociedade e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Na opinião do ministro da Economia, a história da insolvência e encerramento da Dielmar é “uma lição de que às vezes é melhor assegurar que os ativos empresariais encontram melhores mãos para poderem prosseguir a atividade com maior valor, do que propriamente estar a tentar manter situações que às vezes são ineficientes”.