Vítor Pereira, antigo presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, acredita que as críticas à arbitragem só aconteçam quando as equipas perdem.
Em entrevista a Bola Branca, o antigo árbitro, e também ex-membro do Comité de Arbitragem da UEFA, recorda que na fase de implementação do VAR, todos os agentes do futebol eram favoráveis à sua utilização e que a tecnologia tem evitado erros.
"Na altura em começou a ser utilizado o VAR, havia uma unanimidade relativamente à sua implementação, porque era uma ferramenta tecnológica que que permitia ajudar o árbitro na tomada de decisão certa. Um dos dos principais pontos era evitar erros grosseiros, erros daqueles que fazem alterar os resultados. Quanto às pessoas não quererem o videoárbitro e dizem que devia terminar, é só quando perdem. Quando ganham, não dizem nada", afirma.
Pinto da Costa, presidente do FC Porto, pediu o fim do videoárbitro "porque está a desvirtuar a verdade do campeonato": "Se defende a verdade desportiva e se o VAR só atua para alguns e para outros não atua, acabe-se com o VAR, porque não está a fazer nada a não ser gastar dinheiro".
Vítor Pereira destaca os erros que podem ser evitados com o VAR, que poderiam voltar se o sistema deixasse de ser utilizado.
"São situações de marcação de uma grande penalidade ou de marcação errada, uma entrada violenta que não foi observada no campo e que no vídeo se consegue verificar, a questão do fora de jogo, que agora já nem é VAR, já é um sistema digital tecnológico. São aquelas situações que fazem perigar ou alterar o resultado do jogo. E garantir que não há violência", recorda.
Pela experiência que tem em vários países, Vítor Pereira não dúvida que o VAR não deixará de existir, porque tem permitido evitar erros graves.
"O videoárbitro continua a ser uma ferramenta fundamental. Pela experiência que eu tive, por exemplo na Grécia e também na República Checa, o VAR salvou 92% dos casos de erros graves e, portanto, este número só por si revela a importância da existência do VAR e, em minha opinião, nunca mais deixará de existir no futebol de alta competição", assegura.