O Papa decidiu levantar os prazos de prescrição em denúncias de abusos contra o padre Marko Rupnik, artista plástico e antigo jesuíta, anunciou esta sexta-feira o Vaticano.
“O Santo Padre pediu ao Dicastério para a Doutrina da Fé que reveja o caso e decidiu levantar a prescrição, para permitir que seja levado a cabo um processo”, indica um comunicado da sala de imprensa da Santa Sé, enviado aos jornalistas.
A decisão foi tomada depois de a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores informar o Papa sobre “graves problemas” na forma como se geriu o caso do sacerdote, lamentando a “falta de proximidade com as vítimas”.
“O Papa está firmemente convencido de que, se a Igreja tem de aprender alguma coisa com o Sínodo, é a escutar com atenção e compaixão aqueles que sofrem, especialmente quem se sente marginalizado pela Igreja”, pode ler-se.
Em junho, a Companhia de Jesus informou que o padre Marko Ivan Rupnik tinha sido demitido devido à “recusa obstinada” em “observar o voto de obediência”.
O teólogo jesuíta e artista plástico de origem eslovena é acusado de abusos psicológicos e sexuais por nove religiosas, em casos que remontam à década de 1990 na Comunidade Loyola de Ljubljana.
A decisão da Companhia de Jesus foi anunciada pelo padre Johan Verschueren, conselheiro geral e delegado para as Casas e Obras Interprovinciais dos Jesuítas em Roma.