Governo cria canais para britânicos em dois aeroportos e reforça serviços consulares e alfandegários
17-01-2019 - 12:29
 • Cristina Nascimento

Medidas fazem parte do plano de contingência aprovado pelo Governo português, tendo por base a hipótese de um Brexit sem acordo.

O Governo português decidiu criar canais especiais para britânicos nos aeroportos de Faro e do Funchal. A medida faz parte do plano de contingência para uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo.

"80% dos turistas britânicos entram em Portugal pelos aeroportos de Faro e Funchal. Serão criados corredores especiais nestes dois aeroportos", anunciou o primeiro-ministro, António Costa.

O primeiro-ministro anunciou ainda um reforço dos serviços consulares, com a criação de "35 permanências consulares em 16 locais diferentes no Reino Unido", para garantir o apoio aos 400 mil portugueses residentes no país, assim como um reforço de 60 funcionários para as alfândegas.

António Costa explicou que este plano de contingência visa dar de "segurança e tranquilidade aos 400 mil portugueses que residem no Reino Unido" e aos 23 mil britânicos a residir em Portugal, assim como às empresas portuguesas que têm a sua atividade especialmente ligada ao mercado britânico, mas também manter os fluxos turísticos a níveis habituais.

Para as empresas, o Governo preparou uma linha de 50 milhões de euros destinada a "apoiar empresas portuguesas" que exportem predominantemente para o Reino Unido e que precisem de diversificar os canais de exportação.

Na conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Ministros, António Costa mostrou a sua preocupação com o ruma das decisões internas do Reino Unido: "lamentamos profundamente que não tenha sido aprovado o acordo".

O plano de contingência agora anunciado entra em vigor no dia 29 de março, às 23h00, data e hora para a saída forma do Reino Unido da União Europeia, exatamente dois anos depois de acionado o artigo 50.

Costa disse expressou a esperança de que não seja necessário acionar o "plano de contingência", mas explicou que o país tem de se preparar para o "pior dos cenários".
"Este é um plano na previsão do pior cenário que é não haver acordo" até 29 de março, mas "obviamente há medidas preparatórias que têm de começar" a ser acionadas, justificou.