O Francisco considera que estes tempos devem ser vividos “com penitência, compaixão e esperança. E com humildade, porque muitas vezes esquecemos que, na vida, existem as zonas escuras e os momentos sombrios”.
Francisco reconhece que um tempo “escuro para todos” e que “não exclui ninguém”, porque é “marcado pela dor e pelas sombras que entraram em casa” e porque “ninguém escapa ao desconforto destes dias difíceis”.
Em plena Quaresma, Francisco apela à oração, a partir do exemplo dos apóstolos que, no meio da tempestade, invocaram Jesus para não se afogarem: “A oração ajuda a entender nossa vulnerabilidade. É o grito dos pobres, daqueles que se estão a afundar, que se sentem em perigo e sozinhos”.
E neste caso da pandemia, diz o Papa, “não há distinções, somos todos humanos e estamos todos no mesmo barco”, por isso, “numa situação difícil e desesperada, é importante saber que existe o Senhor a quem recorrer”. Francisco garante que Deus “nos apoia de várias maneiras, tal como aconteceu com os discípulos que pediram ajuda na tempestade”.
Preocupado com a solidão dos que morrem sem o conforto das suas famílias, Francisco recordou um episódio recente, em que uma idosa ao perceber que se aproximava a morte, quis despedir-se dos familiares e a enfermeira telefonou para a neta, de modo a que a idosa pudesse ver o rosto dela antes de partir. “É a necessidade última de ter uma mão que segure na sua mão, um gesto de companhia final”, conclui o Papa, elogiando o papel incontornável dos enfermeiros, médicos e voluntários que “ouvem a dor da solidão”, tomam a sério “a ferida no coração” e se “inclinam com paciência e bondade sobre os doentes, para compensar a ausência obrigatória dos familiares".