João Galamba é suspeito de ter apresentado ao Conselho de Ministros diplomas elaborados por advogados da empresa Start Campus, avança jornal "Público". O ministro das Infraestruturas é um dos arguidos no caso do lítio, hidrogénio e dados que levaram à demissão do primeiro-ministro, António Costa.
O Ministério Público suspeita que Galamba terá apresentado documentos que favoreciam o projeto da empresa, nomeadamente a criação de um data center em Sines, enquanto era secretário de Estado da Energia e ministro das Infraestruturas, indica o diário.
Os cinco detidos no âmbito deste processo são suspeitos de influenciar o conteúdo normativo de atos do Governo, visando sobretudo os que eram emitidos por João Galamba.
De acordo com o Ministério Público, advogados da Start Campus preparavam os documentos que depois eram aprovados de forma célere e com disposições favoráveis aos interesses da empresa.
Os cinco detidos são Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro, o empresário Diogo Lacerda Machado, consultor de Costa, e o presidente da Câmara de Sines. Em causa estão alegados crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência.
Após buscas no Ministério do Ambiente e no Ministério das Infraestruturas, a Procuradoria-Geral da República confirmou estar a investigar factos relacionados com as concessões de exploração de lítio nas minas do Romano, em Montalegre, a cargo da portuguesa Lusorecursos, e do Barroso, em Boticas, da britânica Savannah Lithium.
Ambas receberam, embora com condicionantes, “luz verde” da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para avançarem com os projetos, mas foram muitos os obstáculos e voltas pelo caminho.
Afonso Salema e Rui Oliveira Neves tinham contactos diretos "com muita regularidade" com João Galamba, através de jantares privados e mensagens no Whatsapp.
Os gestores terão pago, pelo menos duas vezes, refeições a João Galamba e a Nuno Lacasta, presidente do Conselho Diretivo da APA.