Itália: mais uma dor de cabeça para a União Europeia
18-05-2018 - 14:34

Nacionalistas e eurocépticos acabam de oficializar o acordo de Governo em Itália. É um dos temas que domina a atualidade da União Europeia e que destacamos. Tempo ainda para analisar o futuro das relações entre Bruxelas e Teerão, depois de os Estados Unidos terem abandonado o acordo nuclear iraniano.

70 dias após as eleições em Itália, nacionalistas e eurocépticos chegaram a um acordo. O programa conjunto do Movimento 5 estrelas e da Liga Norte defende o reforço dos controlos fronteiriços e a expulsão de 500 mil imigrantes ilegais.

Temos assistido a este comportamento em países da europa central. Contudo, há que atender à dimensão e à importância dos estados no contexto do projecto europeu. E, nesse plano, a Itália não é um país qualquer. Que riscos é que isto levanta para a própria identidade da União, é a grande pergunta que se põe neste momento.

UE a caminho de mais um confronto aberto com os EUA

Primeiro factor de desarmonia: o acordo nuclear iraniano. Esta semana o presidente da Comissão Europeia garantiu que, do lado de Bruxelas, o acordo é para manter. Jean Claude Juncker sublinha que a paz - não apenas na região, mas a nível global - está dependente desse entendimento alcançado em 2015 entre as grandes potências mundiais e o regime de Teerão. A questão é, como é que isso é possível sem os EUA.

Noutro plano, também esta semana foi inaugurada a nova embaixada norte-americana em Jerusalém. Mais de metade dos 86 diplomatas convidados boicotaram a cerimónia e Portugal inclui-se entre os países da UE que deixaram as cadeiras vazias.

António Guterres disse esta semana que a Europa deve ser uma voz activa na defesa da paz. A questão, é se a União Europeia tem força suficiente para ser uma voz ouvida, respeitada, influente no plano internacional. Ou se teremos de nos habituar à ideia de que, sem os EUA, a paz israelo-palestiniana é uma missão impossível.


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