O primeiro-ministro afirmou hoje que o ministro das Finanças, Mário Centeno, é hipótese como diretor-geral do FMI, mas não um objetivo diplomático fixado, sendo antes prioridade portuguesa ter uma pasta relevante na futura Comissão Europeia.
"Os objetivos que temos neste quadro situam-se no âmbito da União Europeia. A hipótese que está em cima da mesa relativamente ao FMI é uma hipótese que obviamente não podemos deixar de considerar, mas não era um objetivo que tivesse - e também sei que não era um objetivo de vida pessoal. Obviamente, estando em cima da mesa, vamos ver", disse em entrevista à rádio "Observador".
O primeiro-ministro recusou-se depois a fazer "juízos de probabilidade" sobre a possibilidade de o ministro das Finanças suceder a Lagarde como diretor-geral do FMI e diferenciou esta questão das candidaturas de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas e da próprio Centeno ao lugar de presidente do Eurogrupo - estas, sim, "objetivos do país" no plano diplomático.
Já em relação à hipótese de Mário Centeno ocupar uma pasta na futura equipa da Comissão Europeia na área da gestão do euro, António Costa referiu que já teve uma conversa com a nova presidente, a germânica Ursula Von der Leyen, tendo então ficado acordado que "cada país apresentaria sempre dois nomes, um de cada género.
"Se o professor Mário Centeno continuar como ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, fará pouco sentido duplicar na Comissão Europeia a mesma área e seria mais interessante ficarmos numa área distinta. Mas, caso se concretize a hipótese de passar a ser diretor-geral do FMI, aí Portugal deixa de ter uma presença na reforma da zona euro, que é para nós absolutamente capital", alegou.
Neste ponto, o primeiro-ministro aproveitou então para referir que há quem entenda que Portugal deveria ter "uma presença forte na área da agricultura" e que há pelouros importantes como os da transição para a sociedade digital ou o do desafio das alterações climáticas.
Mário Centeno, que atualmente preside ao Eurogrupo, é um dos quatro nomes apontados para substituir Lagarde como diretor-geral do FMI.
Lagarde deixa a liderança do FMI a partir de 12 de setembro para presidir ao Banco Central Europeu (BCE), substituindo Mario Draghi, que termina o seu mandato no dia 31 de outubro.