O elevado número de professores residentes no norte e de vagas na zona de Lisboa, além dos pedidos de mobilidade por doença são as causas apontadas pelo Governo para a colocação de vários professores do norte no sul.
A afirmação é da secretária de Estado adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, segundo a qual as razões para esta situação se devem a razões específicas.
“Há mais professores residentes a norte e, de facto, os dois quadros pedagógicos que abrem mais vagas são o [Quadro de Zona Pedagógica] QVP 1, que é a zona norte litoral, e o QVP 7, que é Lisboa e Setúbal”, disse, acrescentando que o caso se regista sobretudo em Lisboa.
“Nós temos três vezes mais professores colocados em mobilidade por doença a norte do que em Lisboa”, disse a secretária de Estado.
O que se verifica “é que há quase 3.000 pessoas a querer fazer isso [pedidos de mobilidade por doença, que incluem doença do próprio, de ascendentes e/ou descendentes] para norte e cerca de 250 a querer fazer isso para Lisboa”, observou a secretária de Estado.
A secretária de Estado reage assim à notícia do Correio da Manhã, que refere que os professores do norte estão a “ser forçados a dar aulas no sul”, sobretudo devido à falta de vagas.
De acordo com Alexandra Leitão, os professores colocados nas escolas onde pedem, através de circunstâncias específicas – em que se incluem os pedidos de mobilidade por doença -, “não vão a concurso”.
“Ora como no norte há três vezes mais professores do que no QVP de Lisboa e como esses professores nem vão a concurso - ficam logo colocados onde pedem para ir - vão ocupar horários, sobrando menos horários para o concurso das listas”, acrescentou.
Ao serem retirados do concurso vão reduzir o número de horários para as listas, referiu a secretária de Estado, acrescentando tratar-se de uma explicação já dada no ano letivo anterior.
No ano passado foi dito que a questão das pessoas do norte terem de ir para sul se devia à circunstância de não terem sido distribuídos horários incompletos nestas listas do ano passado, referiu.
“Verifica-se agora, um ano depois, que é falso, porque este ano, como é sabido, em função do cumprimento da lei, foram distribuídos todos os horários completos e incompletos: Foi público que 3.000 professores vinculados ficaram em horários incompletos e, no entanto, temos exatamente a mesma movimentação que no ano passado”, sublinhou.
Porque as movimentações não de devem à distribuição de horários completos ou incompletos, mas ao facto de haver que adaptar a oferta à procura.
Acusações de "atraso" são falasas
Numa reação a declarações da líder do CDS/PP que, na sexta-feira, considerou que, relativamente à colocação de professores, “as coisas estão piores do que estavam” no anterior Governo de, Alexandra Leitão considerou “falso” que a lista de colocação de professores, divulgada na quinta-feira (dia 30), tenha saído com atraso.
Alexandra Leitão sublinhou que, em 2011 e 2012, as listas saíram a 31 de agosto, em 2013 saíram a 30 de agosto e as de contratados a 12 de setembro, em 2014 saíram a 09 de setembro e em 2015 a 28 de agosto.
“Em 2016, já com este Governo, saíram a 30 de agosto, em 2017 - foi o ano mais antecipado de sempre – saíram a 25 de agosto e este ano saíram a 30 de agosto”, disse.
“Portanto, não só está dentro do prazo legal, que é até 31 [de agosto], como é mais cedo do que em muitos dos anos em que se referia por comparação”