A Endesa garantiu hoje, em carta enviada aos clientes, "que não irá aumentar os preços de eletricidade do mercado residencial" até final do ano e que as condições do contrato vão manter-se tal como na contratação.
Esta carta surge dois dias depois de a elétrica espanhola, em comunicado, ter-se comprometido a manter os preços contratuais até dezembro e a cumprir os compromissos estabelecidos no mecanismo ibérico, depois de o presidente da Endesa em Portugal ter afirmado que a eletricidade iria subir 40% na fatura de julho.
"Estimado cliente, vimos por este meio informar que a Endesa não irá aumentar os preços de eletricidade do mercado residencial até ao final do ano e garantir-lhe que as condições do seu contrato irão manter-se, tal como indicamos no momento da sua contratação", afirma a elétrica na missiva enviada aos clientes.
"Lembre-se que estamos à sua inteira disposição para o esclarecimento de quaisquer dúvidas, através dos canais de atendimento ao cliente", prossegue a Endesa, agradecendo a "compreensão e a confiança depositada" na empresa.
A carta é assinada pela diretora de mercado residencial e negócios de Portugal, Inês Roque de Mateo.
Na segunda-feira, no esclarecimento enviado, a elétrica espanhola já tinha afirmado o seguinte: "A Endesa compromete-se a manter os preços contratuais com os seus clientes residenciais em Portugal até ao final do ano".
No mesmo comunicado, referia também que iria cumprir os compromissos estabelecidos no quadro regulatório português, bem como no mecanismo ibérico.
O presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, disse, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, que a eletricidade vai sofrer um aumento de cerca de 40% já nas faturas de julho.
"Em particular, a partir do final de agosto, mas já nas faturas do consumo elétrico de julho, as pessoas vão ter uma desagradável surpresa. (...) Estamos a falar de qualquer coisa na ordem dos 40% ou mais, relativamente àquilo que as pessoas pagavam", afirmou Nuno Ribeiro da Silva.
Segundo a elétrica, em causa está pagamento do "travão do gás".
Este travão, criado para Portugal e Espanha, levou a um desconto nos preços do gás natural utilizado para a produção de eletricidade.
Na sequência das declarações, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática divulgou um comunicado, no qual rejeitava declarações de Nuno Ribeiro da Silva, classificando-as como "alarmistas".
Na terça-feira, o primeiro-ministro determinou que os serviços do Estado não podem pagar faturas da Endesa sem validação prévia pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, na sequência das declarações do presidente da elétrica.